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Banca italiana em forte queda. Monte Paschi adia decisão sobre recapitalização
A banca italiana registou um dia de fortes perdas, depois da vitória do "não" no referendo de Itália que aumentou os receios em torno do sector. O Monte dei Paschi adiou a decisão sobre a implementação do plano de recapitalização.
As acções da banca italiana registaram esta segunda-feira, 5 de Dezembro, quedas acentuadas, em reacção ao resultado do referendo que deu vitória ao "não" à alteração da Constituição e ditou a saída de Matteo Renzi do Governo.
Este contexto gerou uma grande incerteza, com os investidores de olhos postos em especial na banca, que já estava sob os holofotes devido às fragilidades identificadas após resultados dos testes de stress conhecidos no Verão.
O único banco que chumbou foi o Monte dei Paschi, que tem de se recapitalizar em cinco mil milhões de euros até ao final do ano. Ontem, depois de conhecidos os resultados do referendo foi noticiado que o banco – o mais antigo do mundo – convocou os consultores JPMorgan e Mediabanca, que estão a assessorar o processo de recapitalização, para se decidir o que fazer. O objectivo era avaliar se se avança com o plano ou se, por não haver condições de mercado, se deixa cair o processo. Neste último caso, a solução seria um resgate público.
Esta segunda-feira, a agência de informação Ansa revela que a opção foi a de adiar por três ou quatro dias a decisão.
As acções do Monte dei Paschi fecharam a sessão a perder 4,21% para 18,68 euros, acumulando uma queda de 84,8% desde o início do ano. Mas não é só este banco a registar fortes quedas, nem a estar sob forte pressão.
O Popolare di Milano caiu deslizou 7,72%, tendo sido o que mais recuou, o Banco Popolare desceu 6,94%, o Mediobanca recuou 3,94% e o Unicredit depreciou 3,17%. Entre os 44 membros do Dow Jones para a banca apenas oito recuaram, dois quais seis são italianos.
O Unicredit também tem estado sob os holofotes, mas por ter sido noticiado que estava a negociar a venda da gestora de activos Pioneer, por valor que pode superar os três mil milhões de euros.
Esta segunda-feira, o Wall Street Journal adianta que antes de concretizar a venda da gestora, o banco poderá receber um dividendo extraordinário entre 500 a 800 milhões de euros da Pioneer.