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Aumento de capital do BES continua a ser analisado pela CMVM
O regulador do mercado está a analisar o prospecto sobre o aumento de capital, que o BES apresentou na semana passada. Terá sido pedida nova informação, mas a CMVM quer aprovar o documento "o mais rapidamente possível".
Uma semana depois de ter dado entrada no regulador do mercado de capitais, ainda não foi dada luz verde ao aumento de capital do Banco Espírito Santo (BES). O prospecto da operação, avaliada num montante até 1.045 milhões de euros, ainda se "encontra a ser analisado pela CMVM". A instituição financeira liderada por Ricardo Salgado quer que o aumento de capital se concretize em meados de Junho.
"A CMVM está a desenvolver todos os esforços para que seja [aprovado] o mais rapidamente possível", comentou, em respostas ao Negócios, fonte oficial da entidade presidida por Carlos Tavares.
O regulador não pode adiantar que questões estão a levar a que a análise do prospecto inicial se esteja a prolongar, tendo em conta que corresponde a informação sigilosa. O jornal "Expresso" escreveu, na edição de sábado, que a CMVM terá exigido, após a entrega do documento inicial, mais informações ao banco.
O semanário adiantou que essas explicações a incluir no prospecto, de
O aumento de capital do BES está a ter forte impacto na bolsa. A 14 de Maio, o tema foi manchete no "Diário Económico". Nas três sessões que se seguiram, as quedas do banco foram significativas. Apesar dos ganhos desta semana, as acções acumulam uma queda de 16% nas últimas cinco sessões.
forma a conter informações que a CMVM considera importantes serem comunicadas ao mercado, seriam relativas a possíveis futuras alterações no conselho de administração da instituição, às garantias dadas pelo Estado de Angola ao BESA e ainda às provisões de 700 milhões de euros que o Espírito Santo Financial Group, com uma participação de 27,5% no BES, teve de fazer para cobrir o risco da área não financeira do grupo.
Neste momento, o regulador está ainda a analisar o prospecto da operação, em que cada uma das 1.607 milhões de novas acções será vendida a 0,65 euros, e relembra que "o prazo legal da CMVM ainda não se esgotou". Começam a contar oito dias a partir do momento em que se considera que há informação completa sobre a operação.
O prazo esperado pela administração para concretizar o aumento de capital é Junho, de acordo com o "Expresso". Isto porque um dos objectivos é, precisamente, que o banco crie "reservas adicionais de capital para fazer face aos testes de stress e à revisão de qualidade dos activos" que o Banco Central Europeu irá realizar este Verão.
O aumento de capital no BES é público desde que, na quarta-feira passada, o "Diário Económico" avançou a operação que irá fazer com que o capital social do BES passe a ser representado por mais 1.607 milhões de novas acções a acrescentar às actuais 4.102 milhões.
A confirmação da operação veio ao final desse dia 14 de Maio, com a indicação de que, efectivamente, o prospecto inicial tinha dado entrada no regulador no início da semana passada.
Ao mercado, o banco comunicou a operação na quinta-feira. O clã Espírito Santo irá participar do aumento de capital numa dimensão dependente daquilo que conseguir encaixar com a venda de direitos e acções ao longo do período de oferta (para a qual ainda não há datas). Neste momento, o ESFG deixou de ter a parceria com o Crédit Agricole através da Bespar e detém, directamente, 27,5% do BES. Já o banco francês irá investir não mais que 10 milhões de euros o que irá levar a uma redução da sua participação directa actual, de 20,12%.
O sucesso do aumento de capital está garantido. Há um conjunto de bancos que vai assegurar a compra de todas as acções disponíveis para oferta.