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Para que serve um aumento de capital no BES

Reforçar os rácios de solidez do banco, que estão sob pressão, será o principal objectivo do aumento de capital do BES. Operação também se destina a repor a solvabilidade do ESFG. Banco de Portugal terá reclamado operação para evitar surpresas na avaliação do BCE.

14 de Maio de 2014 às 16:01
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O principal objectivo do aumento de capital que o Banco Espírito Santo está a ultimar é reforçar os rácios de solidez da instituição. Isto porque o BES terminou o ano com pouca folga em termos de solidez tendo em conta as exigências que o Banco Central Europeu (BCE) está a impor na avaliação completa que tem em curso aos maiores bancos europeus.

 

Será precisamente para evitar surpresas no exercício que o futuro supervisor europeu tem em curso que o Banco de Portugal (BdP) terá recomendado ao grupo de Ricardo Salgado a realização desta operação. Segundo o "Diário Económico", o BES vai realizar um aumento de capital de 1.000 milhões. Recorde-se que o BCE vai escrutinar a avaliação dos activos dos bancos e detectar eventuais necessidades de capital com testes de stress.

 

Por outro lado, a folga de capital do BES não é grande. Pelas regras do Banco de Portugal, em vigor em 2013, o banco terminou o ano com um rácio de solidez mais exigente ("core tier one") de 10,6%, quando o mínimo exigido pelo supervisor era de 10%. Neste contexto, o facto de o banco estar com prejuízos, coloca ainda maior pressão sobre a sua solidez. Ricardo Salgado já avisou que os resultados só deverão equilibrar-se no final do ano.

 

No entanto, o reforço de capitais destina-se ainda a repor os rácios de solidez do Espírito Santo Financial Group (ESFG), "holding" que controla o BES e que também está a ser sujeita à avaliação do BCE. Tendo em conta as exigências de solvabilidade em vigor no ano passado, o ESFG terminou o ano com um rácio de solidez abaixo do mínimo exigido pelo Banco de Portugal. O "core tier one" fixou-se em 9,2%, aquém do mínimo de 10% exigido pelo supervisor.

 

A degradação da situação de solvabilidade do ESFG deveu-se ao facto de a sociedade ter sido obrigada pelo BdP a fazer uma provisão especial de 700 milhões de euros para fazer face ao risco de empresas da área não financeira não reembolsarem o papel comercial que emitiram e que foi comercializado junto de clientes de retalho do BES.

 

O próprio Ricardo Salgado, líder executivo do BES e presidente não executivo do ESFG, adiantava no relatório e contas desta "holding" que iria "continuar a trabalhar com o regulador para melhorar a sua posição de solidez consolidada através de uma atenção particular nos seus activos bancários". O aumento de capital do BES cumprirá esse objectivo.

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