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BES aumenta prejuízos para 89,2 milhões de euros

O BES fechou o primeiro trimestre do ano com um prejuízo de 89,2 milhões de euros, em linha com o estimado pelos analistas. As provisões aumentaram para 380 milhões de euros. A operação em Portugal originou um prejuízo de 103 milhões.

Bruno Simão/Negócios
15 de Maio de 2014 às 16:54
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O Banco Espírito Santo (BES) terminou o primeiro trimestre do ano com um prejuízo de 89,2 milhões de euros, o que compara com um prejuízo de 62,0 milhões de euros registado em igual período do ano passado.

 

Os analistas consultados pela Reuters estimavam um agravamento do prejuízo para 88 milhões de euros.

 

A justificar estes prejuízos estiveram essencialmente as provisões que o banco teve de fazer no montante total de 380,6 milhões de euros, mais 58,5% do que em igual período do ano passado, de acordo com o comunicado emitido para a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

 

Deste valor, o maior bolo foi destinado para a actividade doméstica, ou seja, 290,9 milhões de euros, enquanto os restantes 89,7 milhões de euros foram para as operações internacionais. "O aumento das provisões para crédito no trimestre foi influenciado por reforços pontuais para activos não abrangidos pela garantia soberana prestada à nossa filial em Angola", adianta a mesma fonte.

 

Estas provisões levaram mesmo a que as operações em África registassem um resultado negativo de 6,1 milhões de euros. No Brasil os resultados forma positivos em 1,8 milhões de euros e em Espanha foram de 14,5 milhões de euros. 

 

A atenuar a queda dos resultados esteve a melhoria do produto bancário, que cresceu 27,1% para 576,5 milhões de euros, num período em que quer a actividade doméstica quer a internacional observaram melhorias nesta rubrica. Em Portugal, o produto bancário aumentou 13,9% para 370,7 milhões de euros. Na actividade internacional, o crescimento foi de 60,7% para 205,8 milhões.

 

"Os custos operativos, excluindo o custo não recorrente com reformas antecipadas e novas consolidações, tiveram uma redução de 1,5%, com especial incidência na actividade doméstica, que observou uma diminuição de 3,1%", realça o banco liderado por Ricardo Salgado.

 

BES concede mais crédito às empresas e encaixa menos comissões

 

O valor total das comissões diminuiu 11,6% para 151,9 milhões de euros, "com origem na área doméstica em consequência do processo de 'deleverage' em curso. A redução das comissões abrange a generalidade dos serviços bancários prestados aos clientes, com excepção das receitas de operações sobre títulos que aumentaram 21,2%, fruto das comissões relativas à colocação de obrigações do tesouro e de operações públicas de venda do mercado accionista", adianta o comunicado.

 

"No que respeita aos custos com pessoal a área doméstica alcançou uma redução de 4,2% (excluindo os custos com as reformas antecipadas) decorrente da diminuição no número de colaboradores (menos 158 colaboradores). O alargamento do quadro de pessoal da área internacional (mais 493 colaboradores, dos quais 177 respeitam ao BES Vénétie) fez com que os custos com pessoal aumentassem 1,1% (-2,4% em base comparável), sendo de realçar a redução da componente variável das remunerações", acrescenta a mesma fonte.

 

O banco liderado por Ricardo Salgado financiou mais crédito, ao aumentar em 2,6% a concessão para 51 mil milhões de euros, uma evolução justificada com o acréscimo de financiamento a empresas, que aumentou em 4,1%. O crédito a particulares diminuiu 1,7% no período em análise.

 

Os recursos de clientes aumentaram 0,6% para 57,2 mil milhões de euros, explicado pelos seguros de vida e pelos recursos de desintermediação – canalização de recursos aplicados em depósitos para outros activos. Os depósitos diminuíram 1,6%.

 

Já o financiamento do BES junto do Banco Central Europeu (BCE) fixou-se em 8,3 milhões de euros, o que implica um aumento face ao valor verificado no final do ano (5,4 milhões de euros).

 

Quanto aos rácios de solvabilidade, o BES verificou uma deterioração do rácio Common Equity TIER I face ao verificado no final do ano passado. Este rácio, que é o considerado no âmbito de Basileia III, desceu de 10,1% para 9,8%, considerando o período transitório. O banco não revela qual o rácio Core Tier I, de referência para o Banco de Portugal.

 

(Notícia actualizada às 17h22 com mais informação)

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