Notícia
Analistas têm menos recomendações de "comprar" na bolsa portuguesa
Há mais recomendações de "manter" na bolsa portuguesa e menos de "comprar". Ainda assim, só 15 em cada 100 recomendações são de "vender", diz a CMVM.
Os analistas que seguem as cotadas portuguesas têm coberturas mais conservadoras para os títulos da bolsa nacional. De acordo com a CMVM, entre outubro de 2017 e setembro de 2018 diminuiu o número de recomendações de "comprar", bem como o potencial de subida associada a cada empresa. Ainda assim, as notas negativas são apenas uma pequena percentagem.
"Face ao período homólogo, entre outubro 2017 e setembro 2018 assistiu-se à descida da percentagem de recomendações ‘comprar’ e em contraponto ao aumento das de ‘manter’ e ‘vender’", detalha o relatório anual sobre a atividade de análise financeira da CMVM. O regulador adianta ainda que, apesar do menor número de avaliações positivas, "em cada 100 recomendações apenas 15 são de ‘vender’".
As recomendações de "manter" atingiram 48,6% do total, contra 44% um ano antes. Já as recomendações de "comprar" somaram 36,2% das notas, contra 42,1% no período homólogo. Quanto a "vender", apenas 15,2% das recomendações foram neste sentido.
Em termos de empresas, "apenas nos casos da Altri, Cofina, EDP, Impresa, Mota Engil e Novabase foram emitidas mais recomendações ‘vender’ do que ‘comprar’". Já o BPI, EDP Renováveis, Ibersol, Semapa, Sonae, Sonae Capital, Sonaecom, Sonae Indústria e Ramada não foram alvo de qualquer recomendação de ‘vender’.
Nas empresas Ibersol, Navigator, Semapa, Sonae, Sonae Capital, Sonae Indústria e Ramada o número de recomendações "Comprar" foi superior à soma do número de recomendações "Manter" e "Vender".
Em termos de alterações de recomendação, o JBCapital Markets e a Intermoney destacaram-se com a maior preponderância de melhorias, enquanto o BPI e o Caixa BI fizeram mais "downgrades".
EDP Renováveis recolhe consenso
A EDP Renováveis é a cotada onde, segundo a análise da CMVM, houve maior consenso entre os analistas, quer em termos de recomendação, quer de preço-alvo. Já a REN foi a cotada com menor concordância no que diz respeito à recomendação, enquanto os CTT foram a ação com maior disparidade em termos de avaliação.
Por intermediário financeiro, o "Citigroup apresenta duas em cada três recomendações ‘abaixo do consensus’, a Jefferies tem metade das respetivas recomendações ‘igual ao consensus’ e o BoFAML emitiu quase duas em cada três recomendações ‘acima do consensus’", diz a CMVM. Quando aos "targets", "a proporção de preços-alvo emitidos acima do consensus pelo JP Morgan e pelo BPI foi superior a 70%, e a Goldman Sachs emitiu maior proporção de preços-alvo abaixo do consensus".
O potencial de valorização implícito nas recomendações de investimento foi mais moderado em 2018 e situou-se em nível inferior ao de anos anteriores. De acordo com o relatório, "a mediana do potencial de valorização expressa nos relatórios de research em 2017 e 2018 foi de 10,4% e 6,6%, respetivamente".