Depois dos mínimos de Abril de 2014 que fixou na última sexta-feira, as acções da Altice iniciaram a semana em forte recuperação, reagindo de forma favorável ao compromisso de que não vai avançar com um aumento de capital.

As acções somam 10,84% para 8,978 euros (subiram um máximo de 16,05% para 9,40 euros), recuperando do mínimo atingido na véspera nos 8,001 euros, que culminou uma semana de forte perda de valor para a cotada que em Portugal controla o Meo e está a tentar comprar a TVI.

Nas cinco sessões anteriores as acções da Altice perderam 21,3% e apesar da recuperação de hoje, acumulam ainda uma queda de 52,66% este ano.

A subida de hoje, que representa o melhor desempenho entre as cotadas do Stoxx600 na sessão de hoje, surge depois de no domingo a Altice ter garantido que não está a preparar um aumento de capital através de emissão de acções ou de outros instrumentos relacionados com capital e não tenciona avançar com essa medida no grupo, incluindo na Altice USA.

Estrutura de capital "robusta" e liquidez "forte"

Em comunicado, a Altice volta a falar do plano de desalavancagem que pretende implementar. "A Altice reitera que não vai procurar novas oportunidades de fusões e aquisição relevantes". Conforme o Negócios tinha revelado, nesta equação não se encontra a compra da Media Capital, já que a Altice mantém a intenção de adquirir a empresa que detém a TVI.

Além da recuperação da operação em França, a venda de activos não-core, como antenas, está nos planos da empresa que tem uma dívida superior a 50 mil milhões de euros. 

"A Altice já iniciou os procedimentos para efectivas essas vendas o mais tarde até ao primeiro semestre de 2018".

Apesar da dívida elevada, a Altice sustenta que tem uma estrutura de capital "robusta, diversificada e de longo prazo, com uma liquidez forte".  A maturidade da dívida do grupo está fixada em 6,3 anos. Não há pagamento elevado de dívida pela Altice França (SFR) antes de 2022 e pela Altice International antes de 2023. 

E diz que tem uma liquidez de 1,66 mil milhões em tesouraria e linhas de crédito, não levantadas, de 3,5 mil milhões de euros.