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Ações da Semapa disparam 21% após OPA da família Queiroz Pereira. Navigator avança 6%

As ações da Semapa estão a negociar já acima da contrapartida da oferta pública de aquisição (OPA) lançada na noite de quinta-feira, que tem como objetivo retirar de bolsa a companhia que controla a Navigator e a Secil. A empresa de papel também beneficia com a operação e avança mais de 6%.

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A Semapa está a reagir em forte alta ao anúncio preliminar de lançamento de uma oferta pública de aquisição (OPA) sobre as ações da empresa por parte da Sodim, "holding" da família Queiroz Pereira.

As ações sobem 21,25% para 11,52 euros, uma cotação já acima da contrapartida da oferta, que foi fixada em 11,4 euros por ação. Durante a sessão oscilaram entre 11,46 e 11,58 euros.

 

Este valor oferecido pela Sodim representa um prémio de 20% face aos 9,5 euros a que empresa fechou na sessão de bolsa desta quinta-feira e um prémio de 37,2% face ao preço médio ponderado nos últimos seis meses (de 8,31 euros).

As ações da Semapa estão a negociar no nível mais elevado desde o início de março, sendo que na prática a família Queiroz Pereira está a oferecer aos acionistas minoritários a possibilidade de vender os títulos ao preço pré-pandemia.

Com a subida de hoje, a Semapa apresenta uma capitalização bolsista de 934 milhões de euros. Desde o início do ano acumula agora uma valorização de 27,78%.

A beneficiar com esta operação estão as ações da Navigator, que disparam 6,25% para 2,824 euros, o que também representa um máximo desde o início de março do ano passado.


A Semapa, que controla 70% do capital da Navigator, é utilizada por muitos investidores como veículo de exposição ao setor do papel, uma alternativa que deixará de existir se a a empresa que também controla a Secil sair de bolsa.


Oferta de 260 milhões de euros
Segundo o anúncio preliminar da OPA, comunicada ao mercado esta quinta-feira, 18 de fevereiro, "a oferta é geral e voluntária tendo por objeto a totalidade das ações (...) que não sejam detidas pela oferente ou pela Cimo, sua subsidiária integralmente detida".

A Sodim já controla 71,906% do capital e 73,167% direitos de voto da Semapa, pelo que pretende adquirir as 22.831.666 ações que não detém, e que poderão resultar num desembolso total de 260,28 milhões de euros.

Mas a Sodim põe como condição de sucesso passar a deter "um mínimo de 90% dos direitos de voto da visada", ainda que admita a renúncia até 24 horas antes do apuramento dos resultados da oferta desta condição.

Caso essa marca seja alcançada (90% dos direitos de voto) e se garantir na oferta 90% dos direitos de voto objeto da OPA, a Sodim diz já que irá lançar mão do mecanismo de aquisição potestativa. Mas não o fará acima dos 11,4 euros agora oferecidos. 

Caso passe a deter 90% ou mais dos direitos de voto, mas não conseguir 90% objeto da oferta, a Sodim diz que promoverá a perda de qualidade de sociedade aberta. Ou seja a Semapa é mais uma empresa que está a caminho da saída de bolsa.

Os intermediários financeiros são o BCP e a Caixa Banco de Investimento, tendo também o Santander colaborado com a Sodim nesta operação, segundo apurou o Negócios. A JP Morgan é a assessora financeira e a Linklaters a assessora jurídica da Sodim.

A Semapa anunciou em comunicado que "irá iniciar os procedimentos necessários para poder cumprir as obrigações que para si advêm da publicação do anúncio preliminar da oferta, designadamente, a
convocação de um conselho de administração com vista a pronunciar-se sobre a oportunidade e as condições da oferta".

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