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Acções da PT subiram mais de 3% após acordo com a Oi

As acções da Portugal Telecom aliviaram das fortes quedas registadas os últimos tempos, depois de a operadora ter revelado que estabeleceu um acordo com a Oi que visa reafirmar a fusão, após a falha de pagamento da Rioforte. Títulos da Oi disparam mais de 18%.

Miguel Baltazar/Negócios
16 de Julho de 2014 às 18:03
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As acções da Portugal Telecom terminaram a sessão desta quarta-feira, 16 de Julho, a subir 3,28% para 1,89 euros, tendo chegado a subir um máximo de 8,36% para 1,983 euros. O volume foi muito elevado, tendo trocado de mãos mais de 28 milhões de acções, o que compara com a média diária de 8,3 milhões verificada nos últimos seis meses.

 

Os títulos da Portugal Telecom aliviam assim das fortes quedas que têm vindo a acumular essencialmente devido à compra de papel comercial da Rioforte, empresa do Grupo Espírito Santo (GES), no valor de quase 900 milhões de euros. Este investimento foi conhecido a 26 de Junho, tendo as acções afundado quase 37% entre aquele dia e a sessão de ontem, terça-feira.

 

A subida das acções esta quarta-feira esteve relacionada com o comunicado emitido pela operadora antes do início de sessão, esclarecendo que a fusão com a Oi não está em risco e que as duas operadoras encontraram uma solução para não travar a fusão por causa de um eventual incumprimento da Rioforte.

 

O acordo alcançado entre a operadora nacional, liderada por Henrique Grandeiro, e a Oi, liderada por Zeinal Bava, estabelece que a PT fica com a dívida da Rioforte e com menos percentagem do capital da nova empresa brasileira, a CorpCo. Antes desta operação, os accionistas da PT ficariam com cerca de 38% da nova Oi, com a avaliação dos seus activos a atingir os 1,9 mil milhões de euros (com dividendos, entretanto pagos). Mas encargo associado ao investimento no papel comercial da Rioforte ditou que os accionistas da PT ficassem com menos, passando assim a deter "uma participação económica na CorpCo de 25,6% ajustada pelas aplicações de tesouraria", explicou esta manhã a PT em comunicado.

 

Acções da Oi disparam mais de 18%

Apesar da recuperação da PT em bolsa, é a Oi que mais está a reflectir este acordo já que a empresa brasileira não fica com a responsabilidade desta dívida do GES, ao mesmo tempo que a fusão das operadoras prossegue.

 

Os títulos da brasileira estão a subir 12,82% para 1,76 reais, tendo chegado a disparar mais de 18% durante esta sessão.

 

Esta solução é "positiva para a Oi, já que permite, na nossa perspectiva, isolar o valor das suas acções das aplicações em papel comercial da Rioforte", com a responsabilidade de resolver esta questão a estar nas mãos "exclusivamente da PT", explicam os analistas do BESI numa nota de análise.

 

"Considerando que ambos os lados continuam comprometidos com a conclusão da fusão, mesmo admitindo potenciais atrasos, felicitamos esta solução face à situação, já que, na nossa perspectiva [este acordo] deve levar a uma recuperação do valor das acções da Oi que tem sido afectado por este investimento em papel comercial e também por preocupações que a fusão pudesse não ocorrer", adiantam os analistas do BESI.

 

"O mercado deve reagir de forma negativa" devido aos novos termos do acordo alcançado com a Oi, considera o analista do BPI Pedro Oliveira.

 

Rioforte ainda tem sete dias para pagar e regulador tem de aprovar acordo

A PT investiu 897 milhões de euros em papel comercial da Rioforte, dos quais 847 milhões atingiam a maturidade esta terça-feira, 15 de Julho. No comunicado que a PT emitiu para o mercado antes da sessão não são dados pormenores sobre esta operação. Uma das soluções que terá sido analisada pelos responsáveis da operadora portuguesa para evitar a falência desordenada do GES era estenter o prazo à Rioforte para reembolsar esta maquia. Até agora não foram dadas informações sobre esta possibilidade.

 

Contudo, num segundo comunicado, emitido pela Oi, é revelado que a Rioforte tem sete dias para pagar o reembolso deste papel comercial.

 

Além disso, a Comissão de Valores Mobiliários tem de aprovar a troca de acções entre a PT e a Oi no seguimento da passagem da dívida da Rioforte da Oi para a PT. O contrato definitivo, ainda que sujeito a assembleia-geral, deve estar feito dentro de 20 dias.

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