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Acções da Portugal Telecom caem 4% após atingirem mínimo desde 1996

As acções fixaram um mínimo de 18 anos no dia em que dois representantes da Oi na administração da PT renunciaram ao cargo, o que pode "indicar o desconforto gerado pelo investimento" em títulos de dívida do GES.

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As acções da Portugal Telecom atingiram esta manhã o valor mais baixo desde Janeiro de 1996, após uma queda de 9,57% que levaram os títulos a 2,42 euros. No fecho da sessão as acções marcavam uma queda mais contida: 4,71% para 2,55 euros.

 

A empresa liderada por Henrique Granadeiro apresentava, no final da sessão, uma capitalização bolsista de 2.286 milhões de euros.

  

A descida das acções da empresa liderada por Henrique Granadeiro surge no dia em que a empresa anunciou que Otávio de Azevedo e Fernando Magalhães Portella, os dois representantes brasileiros da Oi no conselho de administração da Portugal Telecom, renunciaram ao conselho de administração da Portugal Telecom.

 

"Esta renúncia deverá indicar o desconforto gerado pelo investimento de cerca de 900 milhões de euros em papel comercial da RioForte, sociedade do grupo Espírito Santo, aplicações que vencem em 15 e 17 de julho de 2014 (847 e 50 milhões de euros)", refere o Millennium bcp investment banking, numa nota publicada esta terça-feira.

 

A analista Alexandra Delgado , que recomenda "comprar" acções da PT, acrescenta que "ainda não são claras as consequências que esta questão poderá ter na fusão com a Oi, e se o não reembolso parcial ou total destas aplicações poderá levar à renegociação dos termos de troca

da fusão".

 

Desde 5 de Maio que a PT já só tem nos seus activos a participação na Oi, sendo que no comunicado emitido esta manhã pela operadora portuguesa não são dadas explicações para esta renúncia.

 

O comportamento da PT em bolsa tem sido negativamente influenciado pelo investimento que a operadora efectuou em dívida do Grupo Espírito Santo. Foi na quinta-feira noticiado que a PT tinha adquirido títulos de dívida de curto prazo de empresas do GES.

 

Num esclarecimento ao mercado, divulgado esta segunda-feira, 30 de Junho, a Portugal Telecom confirmou que tem 897 milhões de euros de papel comercial da Rioforte, entidade da família Espírito Santo que tem activos não financeiros.

 

A PT anunciou ainda que a maior parte dessa aplicação vence a 15 de Julho. São 847 milhões de euros que a Rioforte tem de reembolsar até essa data, tendo os restantes 50 milhões maturidade a 17 de Julho.

 

Desde que foi conhecida esta exposição da PT ao GES que os títulos da operadora têm registado sempre fortes quedas em bolsa. Na sexta-feira desceram 5,64% para 2,727 euros e ontem baixaram 1,87%. No acumulado das três sessões, tendo em conta o mínimo de hoje nos 2,42 euros, a PT recuou 16,3% em bolsa.

 

Este desempenho negativo dos últimos dias elevou as perdas acumuladas no ano para 19,3%. A conclusão da fusão com a Oi está prevista para o terceiro trimestre deste ano, sendo que, neste momento, o seu único activo é uma participação de 37,41% na empresa brasileira.

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