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Dia da Mulher: Accionistas valorizam mais empresas lideradas no feminino
Um estudo académico concluiu que as mulheres contribuem mais para a valorização das empresas do que os pares masculinos. Por terem que apresentar mais resultados para ocupar a liderança, o seu impacto na empresa é maior.
Os investidores valorizam mais empresas com mulheres na liderança. Esta é a conclusão de um estudo conduzido por dois economistas da Universidade de Munique e Hong Kong sobre o papel das mulheres na gestão das empresas. Por serem mulheres têm que esforçar-se mais para chegar aos lugares de topo, o que faz com que o seu trabalho tenha um impacto mais significativo, dizem os académicos. E por isso, a sua saída é mais penalizada pelos accionistas.
"Encontrámos evidências sólidas que a presença de mulheres na administração aumenta o valor da empresa", escrevem Thomas Schmid e Daniel Urban. "Tanto as análises de eventos de curto como de longo prazo demonstram que os mercados de capital reagem mais negativamente às saída de líderes femininos do que masculinos", dizem.
Os economistas analisaram o desempenho de 3.000 casos em 51 países que não impõem quotas de género, após a substituição dos líderes da empresa por motivo de doença e morte, durante doze anos (entre 1998 a 2010). E chegaram à conclusão que as acções caíram 2% em média, após a saída de líderes do sexo feminino.
Esta queda aumenta para 3% no caso em que as líderes eram substituídas por homens. Pelo contrário, no caso da saída de líderes masculinos as acções ficaram inalteradas. "A nossa abordagem pode parecer um pouco mórbida, mas minimiza a influência de factores", justifica Daniel Urban, economista da Universidade de Munique.
Assim, "as mulheres que chegam ao topo da gestão sem a ajuda de quotas de género obrigatórias contribuem mais para o valor das empresas do que os seus pares masculinos", conclui Urban. Segundo os académicos, este efeito surge porque "as mulheres têm que mostrar resultados melhores do que os homens" para chegar aos lugares de topo. E por isso a sua saída provoca um impacto mais negativo na empresa.
Os académicos concluíram que "apenas as mulheres que são nomeadas devido a pressões legais, como por exemplo a implementação de quotas, são prejudiciais para o valor da empresa". Nesse sentido, recomendam que as empresas eliminem as barreiras para a chegada das mulheres ao cargo de topo, para poderem beneficiar desta valorização.