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Os Mais Poderosos do Negócios tem tido poucas vozes femininas, expressão, afinal, do que se passa no país. Quem manda nas empresas e quem manda na política. Não é, pois, por acaso que a maior presença de mulheres nos Mais Poderosos do Negócios seja estrangeira.
A chanceler alemã Angela Merkel e a empresária angolana Isabel dos Santos foram as únicas que garantiram nos cinco anos da iniciativa do Negócios um lugar na lista e quase sempre no top 10. Apenas nos dois primeiros anos (2010 e 2011) ficaram abaixo.
2011 marcou uma alteração dos poderes em Portugal, com a mudança de Governo - saiu José Sócrates e entrou Pedro Passos Coelho - e com a entrada da troika - Comissão Europeia, BCE e FMI - em decorrência do pedido de ajuda externa que o país teve de fazer para se financiar. Uma crise que levou à venda de empresas e a um caderno de encargos de privatizações que levaram a mãos estrangeiras algumas das maiores empresas portuguesas. Daí o surgimento nesse ano de líderes como Dilma Rousseff. "O Brasil exerce hoje uma enorme força de atracção sobre a economia portuguesa", explica, então, o Negócios o 45.º lugar da Presidente do Brasil. Um poder que subiu no ano seguinte, com a justificação: "face à União Europeia e à nebulosa que pode ser o seu futuro, para Portugal há dois tabuleiros onde ainda pode mexer as pedras: Angola e Brasil".
Um poder que acabou por se desvanecer, tal como o da própria Dilma Rousseff que, nos últimos tempos, se vê a braços com a impopularidade nacional e até com ameaças de destituição.
Estes anos de troika trouxeram à lista dos Mais Poderosos a directora-geral do FMI, Christine Lagarde, que com o fim do programa de ajustamento económico e financeiro também ditou a sua saída da lista dos Mais Poderosos. Já não constou em 2014 e em 2015, anos em que, em contrapartida, a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, ganhou poder. Simbolicamente o poder financeiro voltou ao Terreiro do Paço, onde em 2013 se passou a sentar uma mulher, fruto da saída do Governo de Vítor Gaspar e que, aliás, levou à crise da coligação nesse ano, com a demissão de Paulo Portas que acabou por ficar com mais poder.
2014 é outro dos grandes marcos de mudança de poderes em Portugal. A queda do BES assim o ditou, arrastando banqueiros, mas também gestores, nomeadamente os que estavam ligados à Portugal Telecom. Estes foram, no entanto, poderes no masculino, com excepção da matriarca Maria do Carmo Moniz Galvão, que ainda surgiu na lista do poder em 2011. Em contrapartida, Isabel Vaz acaba por entrar nos Mais Poderosos precisamente no ano em que a Luz Saúde já não tinha ligação ao BES e já estava em mãos chinesas.
Em 2015, a lista de 50 Mais Poderosos tinha quatro mulheres, o mesmo número que em 2014. Mas 2015 marca, no entanto, o regresso de uma líder ao primeiro lugar. A Alemanha ganhou.
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As poderosas do Negócios desde 2010
Angela Merkel já foi por quatro vezes a mais poderosa da lista do Negócios. Em 2015 voltou ao pódio. No top 10 apenas Isabel dos Santos faz companhia no lado feminino do poder.
A chanceler alemã Angela Merkel e a empresária angolana Isabel dos Santos foram as únicas que garantiram nos cinco anos da iniciativa do Negócios um lugar na lista e quase sempre no top 10. Apenas nos dois primeiros anos (2010 e 2011) ficaram abaixo.
2011 marcou uma alteração dos poderes em Portugal, com a mudança de Governo - saiu José Sócrates e entrou Pedro Passos Coelho - e com a entrada da troika - Comissão Europeia, BCE e FMI - em decorrência do pedido de ajuda externa que o país teve de fazer para se financiar. Uma crise que levou à venda de empresas e a um caderno de encargos de privatizações que levaram a mãos estrangeiras algumas das maiores empresas portuguesas. Daí o surgimento nesse ano de líderes como Dilma Rousseff. "O Brasil exerce hoje uma enorme força de atracção sobre a economia portuguesa", explica, então, o Negócios o 45.º lugar da Presidente do Brasil. Um poder que subiu no ano seguinte, com a justificação: "face à União Europeia e à nebulosa que pode ser o seu futuro, para Portugal há dois tabuleiros onde ainda pode mexer as pedras: Angola e Brasil".
Um poder que acabou por se desvanecer, tal como o da própria Dilma Rousseff que, nos últimos tempos, se vê a braços com a impopularidade nacional e até com ameaças de destituição.
Estes anos de troika trouxeram à lista dos Mais Poderosos a directora-geral do FMI, Christine Lagarde, que com o fim do programa de ajustamento económico e financeiro também ditou a sua saída da lista dos Mais Poderosos. Já não constou em 2014 e em 2015, anos em que, em contrapartida, a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, ganhou poder. Simbolicamente o poder financeiro voltou ao Terreiro do Paço, onde em 2013 se passou a sentar uma mulher, fruto da saída do Governo de Vítor Gaspar e que, aliás, levou à crise da coligação nesse ano, com a demissão de Paulo Portas que acabou por ficar com mais poder.
2014 é outro dos grandes marcos de mudança de poderes em Portugal. A queda do BES assim o ditou, arrastando banqueiros, mas também gestores, nomeadamente os que estavam ligados à Portugal Telecom. Estes foram, no entanto, poderes no masculino, com excepção da matriarca Maria do Carmo Moniz Galvão, que ainda surgiu na lista do poder em 2011. Em contrapartida, Isabel Vaz acaba por entrar nos Mais Poderosos precisamente no ano em que a Luz Saúde já não tinha ligação ao BES e já estava em mãos chinesas.
Em 2015, a lista de 50 Mais Poderosos tinha quatro mulheres, o mesmo número que em 2014. Mas 2015 marca, no entanto, o regresso de uma líder ao primeiro lugar. A Alemanha ganhou.
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As poderosas do Negócios desde 2010
Angela Merkel já foi por quatro vezes a mais poderosa da lista do Negócios. Em 2015 voltou ao pódio. No top 10 apenas Isabel dos Santos faz companhia no lado feminino do poder.