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‘Mea culpa’ da Mitsubishi leva acções a afundarem mais de 20%
Em apenas dois dias, os títulos da Mitsubishi já perderam um terço do seu valor, devido à manipulação dos testes de eficiência de combustível, que afectam mais de 620 mil automóveis da marca.
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Foi mais um dia negro para as acções da Mitsubishi. Depois de a empresa ter reconhecido que houve falsificação nos testes que medem a eficiência de combustível em alguns dos seus modelos, os títulos da fabricante nipónica afundaram 20,46% para 583 ienes na bolsa de Tóquio.
Esta evolução acontece depois de ontem as acções já terem perdido 15,16%, devido a sinais de "irregularidades" detectadas pelo ministério japonês dos Transportes. A confirmação dessas suspeitas chegou pouco tempo depois, pela voz do próprio presidente da companhia que, numa conferência de imprensa, admitiu a manipulação dos testes.
O escândalo custou, para já, um terço do valor das acções da Mitsubishi Motors que, em duas sessões, acumularam uma descida de 32,5%.
A empresa admitiu que os seus funcionários modificaram a pressão de ar dos pneus durante os testes para avaliar o consumo de 157 mil automóveis da marca Mitsubishi (dos modelos eK Wagon e eK Space) e 468 mil veículos produzidos para a Nissan (modelos Dayz e Dayz Roox). Trata-se de automóveis de passageiros pequenos, com motores a gasolina de até 660 centímetros cúbicos, que têm um grande sucesso no mercado japonês.
Como resultado, estes carros foram vendidos sob a falsa garantia de que o seu consumo era entre 5 a 10% mais eficiente do que era na realidade.
"Queremos expressar as nossas mais profundas desculpas a todos os clientes afectados", declarou ontem o presidente da Mitsubishi Motors, Tetsuro Aikawa, na conferência de imprensa conjunta com o ministro japonês dos Transportes.
Esta quinta-feira, funcionários do ministério dos Transportes japonês visitaram as oficinas da Mitsubishi Motors para abrir uma investigação, segundo a emissora pública japonesa NHK, citada pela Lusa.
O canal também informou que a administração fixou um prazo, até ao próximo dia 27, para que a empresa apresente um relatório sobre a manipulação de dados, cujo verdadeiro alcance ainda se desconhece.
O caso contribui para piorar a reputação do sector, após o escândalo de manipulação de emissões da Volkswagen, que incluiu um 'software' em 11 milhões de carros diesel para manipular os dados dos testes das emissões de gases poluentes.