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Gestores prometem não vender alma ao diabo

A ideia começou, em 2009, a tomar forma na mente de 25 alunos de MBA em Harvard. Hoje, o denominado “MBA Oath”, uma espécie de juramento de ética para os gestores, conta já com mais de três mil signatários, pertencentes a cerca de 300 escolas de gestão.

Gestores prometem não vender alma ao diabo
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A ideia começou, em 2009, a tomar forma na mente de 25 alunos de MBA em Harvard. Hoje, o denominado “MBA Oath”, uma espécie de juramento de ética para os gestores, conta já com mais de três mil signatários, pertencentes a cerca de 300 escolas de gestão. Para além do mais, está a gerar um verdadeiro movimento global que está a questionar a missão não só dos líderes organizacionais, como das próprias business schools. O primeiro passo para uma gestão mais ética ou o enaltecer do ditado “quem mais jura, mais mente”?

“Na Primavera de 2009, nas vésperas de recebermos os diplomas de MBA na Harvard Business School, sentimos que estávamos a olhar para um enorme abismo em vez de nos sentirmos prestes a iniciar uma nova e excitante carreira. Compreendemos que, no momento em que recebíamos os nossos diplomas, independentemente das nossas boas intenções e dos nossos fundamentos morais, iríamos sempre ser vistos como os Darth Vaders do mundo dos negócios”.

Este é um excerto do livro The MBA Oath, a Hippocratic oath for managers, lançado no seguimento de um movimento formado por alguns dos alunos que, em 2009, estavam a terminar o seu MBA na HBS. Pouco mais de um ano depois, são já mais de 3 mil os alunos, de cerca de 300 escolas de negócios diferentes, que aceitaram fazer um juramento, no qual declaram, sob a sua honra, que irão gerir as organizações com base em valores sólidos e tendo em conta os interesses de todos os stakeholders. Na sua forma mais simples, o MBA Oath é um código de conduta para gestores da mesma forma que o Juramento de Hipócrates o é para médicos.

Apesar de este ano o número de alunos de MBA a fazer o juramento ter sido ligeiramente inferior ao do ano de lançamento, a verdade é que o movimento, a par da publicação do livro e do envolvimento de muitos líderes académicos e de negócios no mesmo, não está só a angariar cada vez mais adeptos, como também está a promover um debate alargado sobre o estado de alma, muitas vezes vendida ao diabo, do mundo empresarial, a par da eleição dos valores que devem estar impregnados em todos os cursos de MBA.


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