Notícia
BlaBlaCar: Comparar a Europa com os Estados Unidos é “errado”
Num painel em que foi debatido o ecossistema tecnológico europeu, o líder da Farfetch admitiu que se tivesse começado a empresa nos Estados Unidos “provavelmente” falharia.
O sistema tecnológico europeu é o segundo melhor? A questão reuniu no palco personalidades como Carlos Moedas, comissário europeu com a pasta da Inovação, José Neves, CEO da Farfetch, Gillian Tans, líder do Booking.com, e Nicolas Brusson, CEO da BlaBlaCar. E o pontapé de saída foi dado precisamente pela start-up que promove a partilha de viagens. "Comparar [a Europa] com os Estados Unidos é errado".
Os Estados Unidos é um só país; além disso Silicon Valley, onde estão concentradas muitas empresas tecnológicas e start-ups, tem vindo a ser construída há várias décadas. "Comparar nações não faz sentido", disse Brusson. "Não há um equivalente ao BlaBlaCar nos Estados Unidos".
Gillian Tans confidenciou que a Booking.com nasceu em Amesterdão e "consideramo-nos um caso do sucesso europeu".
José Neves, líder da companhia luso-britânica Farfetch, quando questionado se podia ter lançado o seu negócio nos EUA em vez de Londres, assumiu que "provavelmente falharia se tivesse começado nos Estados Unidos". "A Europa, na moda, é número 1".
A Farfetch foi, no ano passado, considerada um unicórnio, uma vez que obteve uma avaliação superior a mil milhões de dólares.
Em relação ao Brexit, o CEO da empresa luso-britânica considera que "Londres é fundamental" e que estão "preocupados" com a decisão do Reino Unido sair da União Europeia. Tal como várias outras empresas salientaram já, "é tudo uma questão de talento". Apesar de não ter aprofundado a ideia, houve várias empresas que manifestaram os seus receios em torno da capacidade da capital britânica para captar talentos – pessoas especializadas – após a saída do bloco económico europeu.
Na última sexta-feira, a Bloomberg avançou que a Farfetch estava a ponderar lançar um IPO no próximo ano. José Neves disse que essa notícia não se confirma.