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Ann Mettler: "Sem 'social media' Trump não seria candidato"
As redes sociais mudaram para sempre a forma de fazer jornalismo. Donald Trump, que disputa esta terça-feira a presidência dos EUA, sabe isso há muito.
"Acredito que se não fosse a 'social media', Donald Trump não seria candidato do partido Republicano" à presidência dos EUA, votação que já começou esta terça-feira, 8 de Novembro.
A frase, de Ann Mettler, directora do Centro Europeu de Estratégica Política (EPSC), um fórum da Comissão Europeia, foi proferida durante a manhã desta terça-feira, no segundo dia 2 da Web Summit. E serviu para captar a atenção de uma plateia que teve que ser "aliciada" pelo moderador - "a Ann é um dos funcionários públicos mais porreiros que eu conheço", garantiu o jornalista Ryan Heath, correspondente do Politico para a União Europeia.
Feita a garantia a uma plateia essencialmente tecnológica e jovem, desconfiada assim das instituições políticas e de oradores mais maduros, sobretudo se não forem empreendedores, Mettler explicou que já foi mais "tecnologicamente optimista" antes.
Num painel subordinado à questão "Irá a tecnologia matar a democracia?", a líder do "think tank" europeu de estratégia afirmou: "vejo [hoje] um lado mais negro da internet a surgir".
Donald Trump voltou a ser tema, lendo Mettler uma frase que o candidato republicano pronunciou no passado: "tenho estas coisas chamadas Twitter e Facebook, que é como ter o New York Times, mas sem as chatices", arrancando risos da plateia.
O jornalista do Politico concordou, e recordou que, no contexto recente do referendo sobre a saída do Reino Unido da UE, "Farage não teria ido tão longe se não fosse o Youtube". "As comunidades tecnológicas", afirmou, "têm que ter em conta o que estão a criar".
E, na análise, "os media de massas [mass media no original, por oposição a social media] têm que pensar também" no que estão a fazer. Trump outra vez: a "CNN teve a maior audiência de sempre [da sua história] com debate presidencial" entre Trump e Clinton. E o próprio New York Times estimou recentemente, afirmou Mettler, em "dois mil milhões de dólares a cobertura jornalística" que Trump obteve "de graça" nesta campanha das presidenciais 2016.