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Viajar sem destino? Há caixas de surpresa para tentar a sorte

Levantaram voo no mercado português em Outubro do ano passado, trazendo na mala um novo conceito de viagem. Há duas empresas que permitem marcar uma escapadinha sem saber o destino.

08 de Março de 2017 às 22:00
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A missão é comum: surpreender pessoas. Como? Através de viagens sem destino marcado. A Waynabox e a Chocolate Box chegaram pela mesma altura, em Outubro do ano passado. Na prática, o utilizador recorre à plataforma para reservar férias: marca a data e paga. Só poucas horas antes de partir é que fica a saber o destino.

"O conceito de viagem surpresa agrada as pessoas. Também as deixa intrigadas. É normal que tenham dúvidas, estão a pôr o destino nas nossas mãos", resume André Costa, responsável português da Waynabox. A operar a partir da Start Up Lisboa e com indicações de Barcelona, onde está a sede.

Já a Chocolate Box escolheu o Porto para testar o conceito. O fundador Inácio Rozeira sabe que mercados como o alemão ou o britânico estão mais despertos para esta oferta. "A partir do momento em que nos lançamos, conseguimos fazê-lo a partir de Madrid, Barcelona, Londres ou Berlim", assegura.

A intenção é cruzar fronteiras já este ano, "muito rapidamente", e com aposta no terreno. "Já temos sido contactados por investidores de capital de risco, que provavelmente serão parceiros nesta expansão", antecipa Inácio Rozeira.

Nos dois projectos, há algoritmos a funcionar para ditar o destino final. Mas, na última etapa do processo, há dedo humano. "É o toque de magia, quase, para garantir que a pessoa vai ter uma experiência inacreditável", diz André Costa.

Tanto que alguns clientes chegaram a candidatar-se a uma vaga na Waynabox. "Vamos começar a contratar para ter uma massa crítica. Neste momento, é muito malabarismo meu", acrescenta. Já na Chocolate Box, não se sente ainda essa necessidade. Outra diferença diz respeito às parcerias. Enquanto a Waynabox tem acordos com companhias aéreas e está a "explorar" fazê-lo também com hotéis, a Chocolate Box segue em sentido contrário. Inácio Rozeira assegura que a start-up "se comporta como o cliente final", não alocando viagens a transportadoras aéreas. "O grupo Pestana veio falar connosco porque tem muitos hotéis em cidades europeias e queria fazer uma parceria", acrescentou. O pacto não avançou: tal poderia estragar, em parte, a surpresa de quem viaja.

Ambos lidam com naturalidade perante a possibilidade de falhar, tão associada ao universo do empreendedorismo. "Temos de lidar com o processo normal de errar. E ultrapassar com inovação", acredita André Costa. Inácio Rozeira acrescenta: "Já tive outras duas empresas que falharam. Uma das coisas que sei é que quem falha está menos disposto a falhar de novo".

Há um pequeno "desgosto" comum aos dois responsáveis: não podem ser surpreendidos pelas próprias empresas. E se existisse essa hipótese, qual era a maior vontade, lá no fundo? André Costa queria Praga, Inácio Rozeira divide-se entre Dublin ou Manchester.

comparador

Waynabox e Chocolate Box: as pioneiras em Portugal.

WAYNABOX:
200 euros por um fim-de-semana

A ideia nasceu em Barcelona mas ganhou um concurso de inovação da TAP, quando esta comemorou 70 anos. Aí ficou a vontade de expandir o negócio para Portugal, o que aconteceu em Outubro de 2016. "Reservar viagens é um processo altamente consumidor de tempo. As pessoas acabam por estar um bocadinho cansadas. O que procuram é uma solução chave na mão, onde a garantia de qualidade está assegurada", explica André Costa. A equipa lusa conta com duas pessoas e aproveitou o Natal para posicionar a Waynabox como "a última grande prenda" e conquistar clientes. O mínimo são 200 euros por viagem, o que inclui um voo directo para o destino e hotel durante um fim-de-semana, além de um guia de viagem. O cliente pode excluir gratuitamente um destino, pagando as restantes exclusões. "O cliente português é poupadinho. O padrão diz-nos que elimina um ou dois destinos", reforça.

CHOCOLATE BOX: 
Três dias de surpresa
A ideia é nacional e veio de Inácio Rozeira, que já viajava profissionalmente há nove anos. Para responder a um sentimento crítico face ao sector das viagens: "É um mercado completamente estagnado, não há grandes novidades. O sector das viagens de aventura também já está um bocadinho estagnado". À equação preço, data e local na reserva de viagens, decidiu retirar o último elemento. Na Chocolate Box é possível viajar toda a semana, durante três dias. O preço fixa-se nos 495 euros e inclui viagem, hotel, guia de viagem personalizado, uma máquina fotográfica e um livro. "Temos um preço alto em comparação à concorrência, sabemos disso. Mas damos um destino que tem a ver consigo", conta Inácio Rozeira. Sempre no Espaço Schengen, para não ter de pedir passaportes e estragar a surpresa. A Chocolate Box tem duas pessoas em permanência mas a equipa pode chegar aos seis.

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