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Banguecoque: A capital dos contrastes e dos sorrisos

Os modernos arranha-céus de um lado, os templos do outro; as motas que sobem passeios ou os relaxantes jardins onde se pratica ioga ao ar livre; os restaurantes de luxo e a deliciosa comida de rua. Esta é uma Banguecoque inesquecível.

05 de Março de 2017 às 10:00
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A cidade dos arranha-céus, da comida de rua barata e dos restaurantes de luxo, dos tuk-tuk, das casas de massagens, da vida nocturna, das compras, e de templos, muitos templos, não fica indiferente a ninguém. Há quem não goste da azáfama de uma Banguecoque que não dorme e onde as pessoas vivem a um ritmo de vida alucinante, mas são muitos os que não a esquecem. Nem as cores, a vida, a confusão, as motas a subirem passeios para escapar ao trânsito, a panóplia de cheiros, ou apenas o sabor da comida. Ou a abismal diferença da arquitectura dos templos, que arrastam com eles uma história gigante, para os arranha-céus com bares de visita obrigatória no topo, imagem de marca de uma Banguecoque luxuosa e cosmopolita.

Banguecoque é uma cidade que está na moda na generalidade dos países europeus e, regra geral, as condições de segurança são boas e, mesmo quando o país vive momentos de rebelião interna, a organização é de tal forma que no aeroporto internacional de Suvarnabhumi, o maior da Tailândia, existe um posto de polícia turística onde são explicados todos os locais a evitar e os cuidados a ter.

Uma visita a Banguecoque sem um passeio no rio Chao Phraya fica incompleta. Não que seja imperdível por ser paradisíaca - não é de todo o caso -, mas tem uma vista agradável para a cidade e, acima de tudo, fica com uma ideia, ainda que pequena, de como uma metrópole pode crescer a partir do rio e de como o pode aproveitar para simples tarefas diárias, como lavar a roupa, nas partes mais pobres da cidade. E é também dali que pode ver e alcançar o Wat Arun, ou o templo de Dawn, que é arquitectonicamente diferente de todos os outros da cidade e onde pode assistir a um pôr-do-sol memorável. Neste templo, como em qualquer outro, a regra é simples: não entre de ombros ou pernas descobertos.

Falando em templos, um dos pontos altos em termos de turismo da cidade é, claramente, o Wat Po, ou o templo do buda deitado, que mede 43 metros de largura e é revestido a folha de ouro. A entrada no complexo (aberto das 8 às 17 horas) custa 2,70 euros (100 THB) e aqui as regras são ainda mais restritas. Para entrar na sala do buda, terá de o fazer descalço, deixando os sapatos no exterior. Estando no Wat Po, aproveite para dar uma volta ao complexo, vale muito a pena e, se quiser, existem guias que falam inglês num nível aceitável, a quem pode pagar entre 3 a 6 euros para uma visita guiada. Uma boa opção é reservar tempo para fazer uma massagem tailandesa. Está no sítio certo, é ali que se encontra a maior escola de massagens do país.

O Wat Po fica a curta distância a caminhar do grande palácio, aquele que é, indiscutivelmente, o maior ícone de Banguecoque. E percebe-se porquê, assim que se entra nas portas, de tão extraordinária arquitectura que tem. Construído em 1782, foi ali que durante 150 anos viveu o rei da Tailândia e é hoje o local de maior peregrinação turística na cidade. Por isso, prepare-se para encontrar verdadeiras multidões a passear pelos jardins, mas não se apresse. Além de grande, a estrutura merece uma visita pausada, que até pode ser relaxante se for parando e aproveitando o tanto que tem para ver. A entrada custa 13 euros (500 THB) e o bilhete dá acesso ao palácio, mas também ao Wat Phra Kaeo, templo do Buda Esmeralda, considerado o templo budista mais importante da Tailândia. Tudo o que já dissemos sobre a roupa sobe de escala, e muito, aqui. A entrada no complexo do palácio real é rigorosa, e quem não estiver vestido de acordo com as regras terá de enfrentar uma fila para conseguir "tapar-se" antes de pisar solo real.

O outro lado da metrópole

Podíamos continuar a falar de visitas - a casa de Jim Thompson também merece a sua atenção - de outros templos e do contraste que eles provocam nas novas construções, que enchem os céus de Banguecoque, onde, à semelhança do resto do país, existe uma verdadeira veneração aos seus reis. Mas agora é hora de falar da outra face da cidade. Aquela onde pode assistir a um combate de Muay Thai, ou onde uma visita a um mercado nocturno se impõe. Desloque-se até Patpong e, depois de um jantar num dos muitos restaurantes da zona, entre no espírito do maior "red light district" de Banguecoque e onde existem muitos "go-go bars".

Falar da Banguecoque imperdível para quem gosta de compras é referir nomes como o MBK, o Siam Paragon e outros tantos centros comerciais - são muitos e de tão variadas temáticas que era impossível referi-los a todos. Se é um apaixonado por mercados e não se assusta de enfrentar verdadeiras multidões, o mercado Chatchuak, que só se realiza ao fim-de-semana, tem passagem obrigatória. Ali, tem de tudo, e é mesmo tudo, desde roupa, a artesanato, itens para a casa, comida, antiguidades, plantas ou livros, distribuídos por mais de oito mil bancas. A área é gigante e, por isso, deve reservar, pelo menos, meio dia para a visita, preparando-se com roupas frescas, água na mochila e sapatos confortáveis.

A gastronomia tailandesa é outro ponto alto e reúne muitos adeptos pelo mundo inteiro, mesmo que possa ser ligeiramente (ou muito!) apimentada. Se não gostar, lembre-se de ter a frase "no spicy" como a sua melhor amiga na visita à Tailândia, mas terá de dar um desconto: o pouco picante para um tailandês pode significar uma boca a arder para um europeu.

O lado tão cosmopolita de Banguecoque prolonga-se pelos jardins bonitos e bem arranjados que a cidade tem e onde, ao amanhecer, antes de irem para o trabalho, os tailandeses praticam aulas de ioga ao ar livre. O parque Lumpini é um bom exemplo de um local relaxante, onde o bem-estar toma conta dos visitantes. As bebidas alcoólicas são proibidas e mesmo fumar só é possível em sítios específicos. As multas para quem prevaricar são elevadas.

Banguecoque é tudo isto e muito mais. É sinónimo de viver uma experiência única e as probabilidades de querer voltar são grandes. E, na segunda e terceira (ou quarta!) vez que visitar a cidade, terá sempre algo novo para ver. Na bagagem vai trazer, certamente, o cumprimento tailandês de boas-vindas, com as mãos juntas, num inclinar ligeiro de cabeça para a frente e um rasgado sorriso. Esta é a terra deles, os sorrisos!

Entre o mercado flutuante e a ponte do rio Kwai

Uma visita a Banguecoque sem uma passagem por um mercado flutuante fica, claramente, incompleta. Falamos, por exemplo, do Damnoen Saduak, onde pode chegar de forma independente, mas vai demorar algum tempo, até porque é afastado de Banguecoque. Por isso, mesmo que contratar um guia não seja a opção que mais gosta, pondere-a neste caso.

Por um preço razoável (entre os 13 e os 25 euros, dependendo do local onde compra e de ser privado ou não), terá direito a um longo dia de passeio, que não se esgota no mercado flutuante.

As sensações são fortes por ali. E se não conseguir comer nada que os vendedores vão cozinhando em grandes panelas colocadas meticulosamente em pequenos fogões dentro das balsas que andam pelo rio, atreva-se pelo menos a comprar qualquer coisa - não vai querer perder a oportunidade de expor na sua sala um "pedaço" do mercado flutuante, ou vai?

Mas era do rio Kwai, e da sua famosa ponte, imortalizada pelo filme que lhe dá nome e que, por acaso, até foi filmado no Sri Lanka, que lhe queríamos falar. A Ponte do Rio Kwai, situada em Kanchanaburi, fica a cerca de duas horas de carro de Banguecoque, mas perto do mercado flutuante. Daí a conveniência de pagar por um guia privado. Ou, então, pode mesmo optar por ficar nesta região e dali partir à descoberta da Tailândia.

Estar na Ponte do Rio Kwai é um pouco como "pisar" a História e a obra ferroviária que os japoneses planearam, em plena II Guerra Mundial, para ligar Myanmar à Tailândia e que "deram" aos inimigos ingleses e norte-americanos para ser construída. Quando estiver na ponte, que ainda mantém os arcos originais, vai sentir-se a recuar no tempo, especialmente se, antes de a visitar, fizer uma paragem no cemitério de guerra, que serve para os tailandeses homenagearem os soldados que combateram no país.


Como ir

Hoje em dia, é relativamente acessível chegar a Banguecoque, apesar de não existir viagem directa desde Lisboa. No entanto, e escolhendo bem a companhia aérea, pode fazer a viagem por menos de 500 euros, com apenas uma escala, num país do centro da Europa ou até do Médio Oriente.

Onde ficar

Em qualquer sítio de Banguecoque onde exista uma estação de BTS - um metro aéreo e que serve todos os pontos turísticos da capital da Tailândia - ficará bem instalado. Depende também do que procura e da animação que quer ter. A propósito, se optar pelo BTS, a solução de bilhete diário é a mais económica: custa 3,80 euros, mas dá-lhe viagens ilimitadas durante um dia. Os táxis, por exemplo, são muito baratos, mas enfrentar o caótico e congestionado trânsito da capital tailandesa pode tirar a tranquilidade a qualquer um. Certo é que em Banguecoque gasta o que quiser, mas há alojamentos claramente baratos. Um hotel de 3 estrelas andará à volta dos 20 euros por quarto para casal e a mesma acomodação num hotel de 4 estrelas, com uma boa classificação, vai custar-lhe 45 euros.

Moeda

Baht tailandês 1€: 36 THB

Dica de ano novo

Se está a pensar viajar para a Tailândia em Abril, ajuste as datas para poder viver o Songkran, que é a celebração tradicional do ano novo tailandês e é o feriado mais importante do país. Este ano, celebra-se entre os dias 13 e 15 e prepara-se para entrar na festa, com pistolas de águas. O banho é garantido e, segundo a crença tailandesa, serve para lavar os pecados do ano anterior. Mas servirá também para se refrescar. E que bem lhe vai saber, tendo em conta que é o mês mais quente do ano [as temperaturas podem passar dos 40 graus] e com um nível de humidade altíssimo.


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