Notícia
Parque Tayrona: A natureza no seu estado mais puro
No norte da Colômbia há um paraíso para descobrir: um parque natural com 225 quilómetros quadrados e acessível apenas a pé, com fantásticas praias para conhecer. É difícil lá chegar mas não se conhece alguém que se tenha arrependido.
26 de Fevereiro de 2017 às 10:05
Ainda há locais no mundo que vale a pena visitar, por mais distantes que estejam de nós. O que vivemos e experienciamos merece uma longa viagem. E esse é o caso do Parque Nacional Natural de Tayrona, na Colômbia. Ocupa uma área de 225 quilómetros quadrados no Norte do país e uma visita é absolutamente imperdível.
Depois de se pagar os 12 euros da entrada, há todo um paraíso para descobrir. Da entrada principal, em El Taíno, o percurso pelo meio da floresta é feito a pé, uma vez que não há transportes públicos dentro do parque: é uma hora a pé até à primeira das quatro praias do Tayrona, Cañaveral. É a forma mais genuína de ali chegar, podendo observar-se diversa fauna e flora no percurso, sempre com turistas. Obviamente este caminho tem de ser feito durante o dia, uma vez que não há iluminação artificial.
A praia é fantástica, quase paradisíaca. É possível ficar ali ao sol, simplesmente, a aproveitar toda aquela tranquilidade, preparando os percursos seguintes. A ideia é percorrer a pé todas as praias até El Cabo. A etapa seguinte, normalmente não no mesmo dia, passa por caminhar até Arrecifes, o que demora cerca de 90 minutos. No entanto, ninguém demora apenas este tempo, uma vez que queremos sempre dar um mergulho ou observar um pássaro. A ideia é ir fazendo com tempo e não fazer tudo rapidamente.
A praia é igualmente espectacular e merece uma visita demorada. Com calor, só apetece descansar ao sol e procurar uma sombra nas horas em que a temperatura fica impossível. Ainda assim, o passeio é sempre feito pela beira-mar, de preferência dentro de água. O único problema é mesmo a mochila às costas, que pode demorar um pouco mais a viagem. Aconselha-se, por isso, a fazer a caminhada com o menor peso possível, o suficiente para dois ou três dias de viagem, ou até para uma semana, se for o caso.
Por esta altura, já quase nos esquecemos que existem carros ou quaisquer outros veículos motorizados. Afinal, o paraíso existe mesmo, e fica ali mesmo na Colômbia. Em Arrecifes, pode também aproveitar para visitar o Museu Arqueológico de Chairama, que é pequeno, mas merece uma visita, para conhecer um pouco mais sobre o passado do parque.
Sempre a pé até El Cabo
O parque abriu ao público em 1969 e é actualmente o segundo mais visitado do país, com cerca de 300 mil visitantes por ano. Pensando como tal património pode estar tão bem preservado, pensamos na etapa seguinte da nossa viagem a pé.
O dia seguinte reserva-nos um passeio até La Piscina, que tem uma praia pequena, ideal para nadar. Mergulhar neste mar pode não ser muito aconselhável, dependendo do tamanho das ondas, mas ali costuma ser bastante mais favorável. A caminhada não dura mais de 30 minutos, pela praia e um pouco pelo mato. Dali vamos para El Cabo de San Juan de Guía, o ponto mais alto de todo o Parque Tayrona, não se demorando novamente mais do que 30 minutos a fazer o percurso. Ainda assim, há quem prefira uma alternativa um pouco mais demorada, mas pelo meio da selva, o que dá a sensação de um pouco mais de aventura. Mas vale muito a pena depois de chegarmos a El Cabo: a praia parece um cenário desenhado, com um miradouro num istmo que separa aquela de uma outra praia, igualmente incrível.
É ali que se encontra a maior parte dos turistas, e por isso igualmente a maior diversidade de alojamento. Mas sempre simples, sem luxos. Há restaurantes a complementar tudo isto, numa espécie de resort de baixo custo. Muita gente passa ali vários dias, simplesmente pelo ambiente e pela qualidade da praia.
A aventura não terminou. Quem gosta de desafios (e já agora também de História) pode sempre experimentar um passeio até um local arqueológico que existe no parque. Chama-se Pueblito e fica a 2,5 quilómetros de distância, mas o percurso demora cerca de duas horas a ser percorrido para cada lado, partindo-se do princípio que a ideia é regressar.
O principal problema é que é tudo feito a subir, com pedras grandes no caminho. Há quem prefira percorrer mais cinco quilómetros para abandonar o parque, embora a caminhada não dure menos de quatro horas e a maioria das pessoas prefira regressar a El Cabo. Não pode comparar-se em termos de dimensão com a Ciudad Perdida de Tayuna, igualmente na Colômbia, mas merece uma visita, pela aventura, mas também pelo passeio.
Quem não gosta de ficar parado pode sempre explorar as praias das redondezas, qualquer uma delas mais bonita do que a outra. O problema é que está quase na hora de voltar à realidade. E por mais que o povo colombiano seja acolhedor e o país tenha cidades e parques fantásticos para conhecer, não apetece abandonar o Parque Tayrona.
Há quem opte por uma outra experiência: saindo do parque, uns quilómetros mais à frente, um outro paraíso. Palomino é uma aldeia perto do mar, onde a civilização ainda não chegou. Junto à praia há cabanas para alugar e muito poucos turistas para as habitar. As pessoas são ainda mais simpáticas e faz sempre bem descansar alguns dias depois de tantas horas caminhadas no Tayrona.
É o suficiente para ficar com uma imagem ainda melhor de um país que durante muitos anos lutou contra o estigma da insegurança. Conseguiu atrair turistas e até adoptou um curioso slogan publicitário: "O único perigo é querer ficar." Com um custo de vida tão baixo, habitantes tão afáveis e tanto por descobrir, a vontade é ficar vários meses na Colômbia. Um verdadeiro encanto.
Como ir
Infelizmente, foi descontinuado o voo directo que existia de Portugal para a capital da Colômbia, Bogotá. Dessa forma, a alternativa é chegar com escala numa cidade europeia. A Air Europa, via Madrid, costuma ter preços muito simpáticos, que podem chegar aos 550 euros em certas alturas do ano, desde que a marcação seja feita com antecedência. Entre Bogotá e o Parque Tayrona, há voos internos para Barranquilla (a partir de 50 euros ida e volta), e dali de autocarro ou carro alugado (115 quilómetros).
Quando ir
O clima na zona Norte da Colômbia é semi-árido e quente. A temperatura varia entre os 27 e os 35 graus de média durante todo o ano, mas entre Maio e Junho e entre Setembro e Novembro chove com bastante intensidade, sendo aconselhável uma visita entre Janeiro e Abril.
Onde ficar
O habitual para quem visita o parque é passar a noite anterior na cidade de Santa Marta, que fica a apenas 30 quilómetros. Tem boas condições de alojamento (os preços variam com a qualidade dos hotéis ou hostels) e alimentação (há restaurantes para todos os gostos). Dali para o parque há um autocarro que demora 30 minutos e custa cerca de 2 euros. Dentro do parque o alojamento é variado: desde o luxuoso Ecohab que custa 140 euros por noite, passando por uma cabana (por 32 euros), uma tenda (5 euros) ou uma cama de rede (2 euros). Tudo depende do local escolhido no parque.
Moeda
Um euro vale cerca de 3.060 pesos colombianos. O euro ou o dólar norte-americano são facilmente trocados em bancos, hotéis ou casas de câmbio nas principais cidades.
Onde comer
Quem visita o parque leva normalmente a sua própria alimentação, dependendo da duração da estadia. Quem preferir, pode sempre utilizar os restaurantes existentes nas três principais praias: Arrecife, El Cabo e La Piscina. No entanto, os preços são um pouco elevados para a média do país, podendo uma refeição custar entre 8 e 20 euros. Há também uma padaria entre Arrecifes e La Piscina, que vende pão com chocolate por apenas 70 cêntimos de euro.
Visto
É muito fácil viajar para a Colômbia. Um cidadão português, desde que viajando em turismo, não necessita de visto. Com um passaporte válido pelo menos por seis meses, recebe-se um carimbo válido para 90 dias.
Depois de se pagar os 12 euros da entrada, há todo um paraíso para descobrir. Da entrada principal, em El Taíno, o percurso pelo meio da floresta é feito a pé, uma vez que não há transportes públicos dentro do parque: é uma hora a pé até à primeira das quatro praias do Tayrona, Cañaveral. É a forma mais genuína de ali chegar, podendo observar-se diversa fauna e flora no percurso, sempre com turistas. Obviamente este caminho tem de ser feito durante o dia, uma vez que não há iluminação artificial.
A praia é igualmente espectacular e merece uma visita demorada. Com calor, só apetece descansar ao sol e procurar uma sombra nas horas em que a temperatura fica impossível. Ainda assim, o passeio é sempre feito pela beira-mar, de preferência dentro de água. O único problema é mesmo a mochila às costas, que pode demorar um pouco mais a viagem. Aconselha-se, por isso, a fazer a caminhada com o menor peso possível, o suficiente para dois ou três dias de viagem, ou até para uma semana, se for o caso.
Por esta altura, já quase nos esquecemos que existem carros ou quaisquer outros veículos motorizados. Afinal, o paraíso existe mesmo, e fica ali mesmo na Colômbia. Em Arrecifes, pode também aproveitar para visitar o Museu Arqueológico de Chairama, que é pequeno, mas merece uma visita, para conhecer um pouco mais sobre o passado do parque.
Sempre a pé até El Cabo
O parque abriu ao público em 1969 e é actualmente o segundo mais visitado do país, com cerca de 300 mil visitantes por ano. Pensando como tal património pode estar tão bem preservado, pensamos na etapa seguinte da nossa viagem a pé.
O dia seguinte reserva-nos um passeio até La Piscina, que tem uma praia pequena, ideal para nadar. Mergulhar neste mar pode não ser muito aconselhável, dependendo do tamanho das ondas, mas ali costuma ser bastante mais favorável. A caminhada não dura mais de 30 minutos, pela praia e um pouco pelo mato. Dali vamos para El Cabo de San Juan de Guía, o ponto mais alto de todo o Parque Tayrona, não se demorando novamente mais do que 30 minutos a fazer o percurso. Ainda assim, há quem prefira uma alternativa um pouco mais demorada, mas pelo meio da selva, o que dá a sensação de um pouco mais de aventura. Mas vale muito a pena depois de chegarmos a El Cabo: a praia parece um cenário desenhado, com um miradouro num istmo que separa aquela de uma outra praia, igualmente incrível.
É ali que se encontra a maior parte dos turistas, e por isso igualmente a maior diversidade de alojamento. Mas sempre simples, sem luxos. Há restaurantes a complementar tudo isto, numa espécie de resort de baixo custo. Muita gente passa ali vários dias, simplesmente pelo ambiente e pela qualidade da praia.
A aventura não terminou. Quem gosta de desafios (e já agora também de História) pode sempre experimentar um passeio até um local arqueológico que existe no parque. Chama-se Pueblito e fica a 2,5 quilómetros de distância, mas o percurso demora cerca de duas horas a ser percorrido para cada lado, partindo-se do princípio que a ideia é regressar.
O principal problema é que é tudo feito a subir, com pedras grandes no caminho. Há quem prefira percorrer mais cinco quilómetros para abandonar o parque, embora a caminhada não dure menos de quatro horas e a maioria das pessoas prefira regressar a El Cabo. Não pode comparar-se em termos de dimensão com a Ciudad Perdida de Tayuna, igualmente na Colômbia, mas merece uma visita, pela aventura, mas também pelo passeio.
Quem não gosta de ficar parado pode sempre explorar as praias das redondezas, qualquer uma delas mais bonita do que a outra. O problema é que está quase na hora de voltar à realidade. E por mais que o povo colombiano seja acolhedor e o país tenha cidades e parques fantásticos para conhecer, não apetece abandonar o Parque Tayrona.
Há quem opte por uma outra experiência: saindo do parque, uns quilómetros mais à frente, um outro paraíso. Palomino é uma aldeia perto do mar, onde a civilização ainda não chegou. Junto à praia há cabanas para alugar e muito poucos turistas para as habitar. As pessoas são ainda mais simpáticas e faz sempre bem descansar alguns dias depois de tantas horas caminhadas no Tayrona.
É o suficiente para ficar com uma imagem ainda melhor de um país que durante muitos anos lutou contra o estigma da insegurança. Conseguiu atrair turistas e até adoptou um curioso slogan publicitário: "O único perigo é querer ficar." Com um custo de vida tão baixo, habitantes tão afáveis e tanto por descobrir, a vontade é ficar vários meses na Colômbia. Um verdadeiro encanto.
Como ir
Infelizmente, foi descontinuado o voo directo que existia de Portugal para a capital da Colômbia, Bogotá. Dessa forma, a alternativa é chegar com escala numa cidade europeia. A Air Europa, via Madrid, costuma ter preços muito simpáticos, que podem chegar aos 550 euros em certas alturas do ano, desde que a marcação seja feita com antecedência. Entre Bogotá e o Parque Tayrona, há voos internos para Barranquilla (a partir de 50 euros ida e volta), e dali de autocarro ou carro alugado (115 quilómetros).
Quando ir
O clima na zona Norte da Colômbia é semi-árido e quente. A temperatura varia entre os 27 e os 35 graus de média durante todo o ano, mas entre Maio e Junho e entre Setembro e Novembro chove com bastante intensidade, sendo aconselhável uma visita entre Janeiro e Abril.
Onde ficar
O habitual para quem visita o parque é passar a noite anterior na cidade de Santa Marta, que fica a apenas 30 quilómetros. Tem boas condições de alojamento (os preços variam com a qualidade dos hotéis ou hostels) e alimentação (há restaurantes para todos os gostos). Dali para o parque há um autocarro que demora 30 minutos e custa cerca de 2 euros. Dentro do parque o alojamento é variado: desde o luxuoso Ecohab que custa 140 euros por noite, passando por uma cabana (por 32 euros), uma tenda (5 euros) ou uma cama de rede (2 euros). Tudo depende do local escolhido no parque.
Moeda
Um euro vale cerca de 3.060 pesos colombianos. O euro ou o dólar norte-americano são facilmente trocados em bancos, hotéis ou casas de câmbio nas principais cidades.
Onde comer
Quem visita o parque leva normalmente a sua própria alimentação, dependendo da duração da estadia. Quem preferir, pode sempre utilizar os restaurantes existentes nas três principais praias: Arrecife, El Cabo e La Piscina. No entanto, os preços são um pouco elevados para a média do país, podendo uma refeição custar entre 8 e 20 euros. Há também uma padaria entre Arrecifes e La Piscina, que vende pão com chocolate por apenas 70 cêntimos de euro.
Visto
É muito fácil viajar para a Colômbia. Um cidadão português, desde que viajando em turismo, não necessita de visto. Com um passaporte válido pelo menos por seis meses, recebe-se um carimbo válido para 90 dias.