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Só Lisboa conseguiu aumentar noites nos hotéis durante o Verão

A estada média é um indicador que preocupa os hoteleiros nacionais. Num balanço em que se mede o efeito da visita do Papa e do Web Summit, a Associação da Hotelaria de Portugal antevê um ano de 2018 positivo. Estão previstos 66 novos hotéis no país.

Inês Lourenço
18 de Dezembro de 2017 às 15:36
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Lisboa foi a única área de Portugal que conseguiu aumentar o número de noites que os turistas dormiram nos hotéis durante o Verão. A conclusão é da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) que esta segunda-feira, 18 de Dezembro, fez um balanço da actividade ao longo de 2017.


Os hotéis em todo o país registaram, durante os meses de Verão, uma taxa de ocupação de 86%. Cada quarto custou, em média 107 euros, retirando as unidades uma receita de 93 euros dos mesmos.


Contudo, a estada média decresceu, para as 2,04 noites. O cenário é oposto em Lisboa no período estival, justificado com o efeito de eventos e festivais. Na hotelaria da capital, os franceses foram a frequência mais assídua.


"É por isso que também defendemos, além de eventos, mais coisas para fazer em Lisboa", defendeu Cristina Siza Vieira, presidente executiva da AHP. Até porque ficar alojado na cidade está mais caro, com o preço a crescer 20% em termos homólogos.

"Mesmo com a visita do Papa [em Maio passado], os meses mais fortes são os de Verão", acrescentou a responsável, fazendo a ponte para o cenário no resto do país.


 

Estada média é "indicador mais frágil"

Ao longo de 2017, até Setembro, os hotéis em Portugal registaram uma taxa de ocupação de 74%, a um preço médio de 90 euros. O retorno foi de 66 euros por cada quarto.


Lisboa, Porto e Madeira puxam a taxa de ocupação para cima. Já Estoril, Lisboa e Algarve têm o mesmo efeito no preço. Os estrangeiros representam seis em cada 10 hóspedes, vindos sobretudo de Espanha, França, Reino Unido e Alemanha.


A maioria dos hoteleiros ouvidos pela AHP acredita que o ano de 2017 fechará com melhorias ao nível da ocupação e preço médio face ao ano passado. Só na estada média as expectativas são mais contidas, com quase metade a acreditar que será igual.


Os hóspedes tendem a concentrar-se na categoria que representa uma estada entre duas e três noites. "Este é o indicador mais frágil", reforça Cristina Siza Vieira.


 

Efeito da vinda do Papa e Web Summit

Dois grandes eventos marcaram as dinâmicas da hotelaria em 2017: a visita do Papa Francisco a Fátima para o Centenário das Aparições em Maio e a conferência de tecnologia Web Summit em Lisboa no passado mês de Novembro.


Na região da Leiria, Fátima e Templários, a visita do líder da Igreja Católica representou uma taxa de ocupação de 78% nos dias da visita, a um preço médio de 162 euros. Tal compara com os 63% e os 87 euros do ano anterior.


O impacto foi maior se considerada só Fátima, com uma ocupação de 95% e um preço médio que quase duplicou, para os 252 euros. No mesmo período de 2016, os indicadores ficavam-se pelos 79% e pelos 128 euros.


Já para o Web Summit, os hoteleiros da cidade de Lisboa estavam à espera de uma ocupação de 88% e 145 euros por quarto. Concluído o evento, os indicadores mostram que a ocupação foi superada mas não o preço: 92% e 141 euros.


Ainda assim, os valores ficam acima dos 79% de ocupação e dos 130 euros por quarto assinalados na edição de 2016. O cenário é semelhante se considerada a área metropolitana de Lisboa.


 

Expectativas para 2018

Os hoteleiros ouvidos pela AHP mostram-se confiantes numa melhoria dos diferentes indicadores ao longo do próximo ano de 2018. A única excepção é feita em relação à estada média, que deverá manter-se.


Os custos com gás, água e electricidade são a maior preocupação para 30% dos inquiridos, a que se segue a dependência dos operadores "online" onde é possível fazer reserva de quartos de hotel. Apenas 6% crê que o Brexit [saída do Reino Unido da União Europeia] terá um impacto negativo na sua actividade.


A preparar caminho para um novo ano positivo estão os dados previstos para a época de Natal e "réveillon", onde os portugueses vão representar a maior fatia da procura. "Dezembro está claramente a ganhar folga", posiciona a presidente executiva da AHP.


No próximo ano abrirão 66 novos hotéis e 18 serão alvo de remodelações em todo o país. Um terço das aberturas e intervenções terá lugar na região de Lisboa.

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