Notícia
Quem é a Springwater Capital que vai comprar a Espírito Santo Viagens?
É uma sociedade de capital de risco suíça aquela que vai adquirir marcas como a Top Atlântico. Investe em empresas que não são centrais para os grupos em que se inserem. Ou que estão em dificuldades financeiras. Neste momento, aposta na Península Ibérica.
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Era uma sociedade praticamente desconhecida em Portugal. O nome começou a circular quando passou a ser apontada como a melhor posicionada para adquirir a Espírito Santo Viagens, a empresa do Grupo Espírito Santo que detém marcas como a Top Atlântico ou a Mundo Vip Madeira. E é precisamente como a futura detentora dessas marcas que a Springwater Capital volta a ser notícia.
A Springwater é um fundo de capital de risco privado que se centra no investimento em outras empresas. Tem como vocação a compra de posições de controlo em pequenas e médias empresas que tenham um forte potencial de crescimento.
No site oficial, é indicado que a sociedade procura investimento em negócios sustentáveis que estejam subavaliados. Uma das opções é mesmo investir em instrumentos financeiros de empresas que estejam em dificuldades financeiras – participando, depois, no processo de reestruturação.
De acordo com uma descrição da empresa, feita quando adquiriu o negócio de gestão de documentos digitais à espanhola Indra, a Springwater investe, preferencialmente, em empresas que enfrentam desafios empresariais ou que tenham estruturas accionistas ineficientes. Segundo a mesma fonte, o fundo suíço também opta por adquirir activos que não são estratégicos para o grupo em que se insere.
A aposta na Península Ibérica
A Springwater foi fundada em 2001, estando presente na Suíça, Alemanha, Itália mas também Espanha. E é na Península Ibérica que, neste momento, está a apostar.
No próprio comunicado em que anuncia o acordo para a venda, a Rio Forte refere que a compra da ES Viagens é uma forma de a sociedade suíça reforçar os investimentos no sector do turismo. "A empresa suíça quer afirmar-se como um importante ‘player’ do mercado turístico ibérico", aponta o documento.
Em Espanha, a sociedade já começou a fazer compras há mais de um ano. A própria Rio Forte sublinha que, em Janeiro de 2014, o fundo suíço adquiriu a participação maioritária nos negócios da empresa turística espanhola Pullmantur (excepto o negócio dos cruzeiros). Também nesse mês, a Adveo España alienou à firma suíça os activos da actividade de fabrico e distribuição de produtos transformados de papel, incluindo a actividade comercial que tinha em Portugal.
A Península Ibérica passou por um processo de delicada situação financeira e muitas empresas tiveram de se redimensionar. Algumas porque tinham dificuldades em manter a actividade e a Springwater investe em empresas em situações frágeis mas não em empresas falidas, ressalvou Martin Gruschka, o fundador da firma, ao El Confidencial no início do ano. Outro dos aspectos centrais para a Springwater, e que faz sentido no actual momento que vive o mundo empresarial na Península Ibérica, é a necessidade de os grandes grupos alienarem activos não centrais para os seus negócios.