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Maioria dos 1.200 empregos dos solários a caminho da extinção
A associação dos profissionais do setor estima que “20% dos postos de trabalho estejam já extintos”, podendo “aumentar para 60%” face à falta de luz verde para o reinício da atividade - “caso único na Europa”, lamenta.
Os solários permanecem sem data prevista de reabertura - trata-se de "caso único na Europa", garante André Ferreira de Araújo, Associação Nacional dos Profissionais de Solário (ANPS).
"Passados quase três meses do encerramento, os nossos associados encontram-se neste momento desesperados e desolados, com a possibilidade de encerramento do seu negócio", alerta.
Dos cerca de 1.200 postos de trabalho que o setor assegurava, a ANPS estima que "20% estejam já extintos", sendo que, "sem a possibilidade de voltar a laboral a partir do dia 1 de Junho 2020, este número poderá aumentar para 60%".
O setor de atividade do bronzeamento artificial, vulgarmente denominado por solários, "está neste momento a atravessar uma fase extremamente crítica devido à paragem total da atividade, face às medidas determinadas para o controlo da pandemia covid-19", denuncia André Ferreira de Araújo, em comunicado.
O presidente da associação do setor diz não entender o porquê de os solários continuarem sem data de reabertura após a luz verde enviada "a quase todos os restantes setores de atividade em Portugal, alguns destes com um risco muito superior", considera.
Alega que a própria natureza do serviço prestado pelos solários "obriga ao distanciamento social e confinamento" dos clientes, "sujeitos ao isolamento nas cabines de bronzeamento artificial".
"Uma vez não existir qualquer tipo de razão aparente para o nosso setor permanecer encerrado, entendemos que estamos a ser discriminados em relação aos demais setores já em funcionamento, tais como cabeleireiros, institutos de beleza, tatuagens, ginásios, entre outros", aponta.
Quanto às medidas tomadas pelo Governo para apoiar a generalidade do tecido empresarial, a ANPS "está ciente que as mesmas não são suficientes para assegurar a sobrevivência das empresas e a manutenção de muitos dos cerca de 1.200 postos de trabalho e dos mais de 400 espaços a laborar nesta área".
Isto porque, em causa estão "pequenas unidades, em que o sócio-gerente, que criou o seu próprio emprego, não pode recorrer a nenhum instrumento para si próprio nesta fase, estando fora de mecanismos como o layoff simplificado ou o criado para os trabalhadores independentes", explica.
Por outro lado, realça que este setor é de "atividade sazonal, sendo os meses entre março e setembro os de maior afluência e faturação, representando cerca 70%".
André Ferreira de Araújo sublinha, ainda, "o impacto que os serviços prestados pelos solários tem para a autoestima dos portugueses", sinalizando "a importância dos raios UVB para o reforço do sistema imunitário, tornando-se assim o ser humano mais protegido a qualquer vírus e bactéria", afiança.