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Travessia do Tejo cada vez mais perto de se tornar elétrica e descarbonizada

Entregue em março de 2023, o "Cegonha Branca" é o primeiro navio elétrico a assegurar a ligação fluvial entre o Seixal e o Cais do Sodré. Neste momento estão em curso as obras de instalação dos postos de carregamento dos navios, estando concluídas em dezembro no Seixal.

29 de Novembro de 2023 às 09:51
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No dia em que foi inaugurado pelo Governo o primeiro navio elétrico da frota da Transtejo/Soflusa, e em que se cumpriu a viagem inaugural entre o Seixal e Lisboa, o ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, anunciou que os próximos sete navios movidos a baterias devem ser entregues em 2024, dos quais dois já em fevereiro. O objetivo é que um total de 10 navios elétricos estejam em operação no Tejo até 2025.

Entregue em março de 2023, o "Cegonha Branca" é assim o primeiro a assegurar a ligação fluvial entre o Seixal e o Cais do sodré. O ministro disse ainda que estão neste momento em curso as obras de instalação dos postos de carregamento dos navios, estando concluídas em dezembro no Seixal, seguindo-se Montijo em fevereiro, Cais do Sodré em maio e Cacilhas em junho, informou o Governo em comunicado. 

"É um projeto que vai elevar a operação de transporte fluvial de passageiros a um serviço público de referência internacional. Fiável, seguro, confortável, sustentável, contribuindo de forma decisiva para descarbonização da mobilidade da Área Metropolitana de Lisboa", disse Duarte Cordeiro na inauguração do navio elétrico, na qual esteve presente também o primeiro-ministro, António Costa. 

Segundo os cálculos da Transtejo/Soflusa, a nova frota de navios elétricos evitará o consumo de mais de cinco milhões de litros de gasóleo, o que corresponde a uma poupança de emissão de gases com efeito de estufa superior a 13 mil toneladas de CO2.

Por seu lado, António Costa confirmou que os novos navios elétricos da Transtejo/Soflusa são "mais uma contribuição para diminuir a emissão dos gases com efeito de estufa". A bordo do "Cegonha Branca", na sua viagem inaugural, o primeiro-ministro assegurou que são "navios mais cómodos, vão transportar mais pessoas, com um ganho efetivo na capacidade de transporte com menor custo para a operação e menor custo ambiental". 

O primeiro-ministro acrescentou ainda que "o transporte público com menor emissão de gases com efeito de estufa exige investimentos para melhorar a qualidade", referindo a importância do lítio nestas tecnologias. Portugal tem este minério, crucial para a produção de baterias elétricas, usadas em telemóveis, automóveis ou nestes barcos. "Este barco não andaria se não houvesse mineração de lítio", referiu.

"Esta é uma oportunidade extraordinária para o país, que durante muitas décadas se queixou de não ter reservas naturais. Pois desta vez temos uma das maiores reservas europeia de lítio e este é um grande recurso natural que vai valorizar a economia do país no futuro", sublinhou Costa, numa clara referência ao processo de investigação em curso sonbre os negócios do lítio e do hidrogénio em Portugal, no âmbito da operação Influencer. 

"Nas anteriores revoluções energéticas, Portugal ficou de fora porque não tinha carvão, gás nem petróleo. Nesta nova transição, Portugal tem, não só o solo, o vento, e o poder hidráulico como também o lítio, disse ainda.

Já no mês passado, no Parlamentro, Duarte Cordeiro tinha avançado que o primeiro navio elétrico movido a baterias entraria em serviço na travessia do Tejo ainda em 2023, depois de uma fase de testes. No total serão 10 novos navios elétricos, as respetivas baterias elétricas e postos de carregamento, num investimento que ascenderá a 96 milhões euros, a que se somam ainda mais 28 milhões de manutenção.  

"É desejável antecipar esta entrada em funcionamento, tendo em conta a grave falta de navios. A ideia de ter mais uma embarcação até ao final do ano é positiva", disse o ministro, acrescentando que há mais três navios elétricos "na água", já prontos para realizar os testes necessários, enquanto "a construção do resto da frota continua a bom ritmo".

Duarte Cordeiro espera "antecipar" também a entrada em operação dos primeiros quatro navios elétricos nas travessias fluviais do Tejo para o final do primeiro semestre de 2024. Os navios serão distribuídos entre o Seixal, Montijo e Cacilhas. Depois disso, mais quatro navios serão adicionados até ao final do próximo ano e outros dois em 2025, ano que a frota ficará completa. 

"Só a chegada do próximo lote de navios permitirá garantir a totalidade de ligação entre o Seixal e o cais do Sodré 100% em modo elétrico, no segundo trimestre de 2024", ou seja, três meses antes do previsto, rematou o ministro.
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