Notícia
Antonoaldo: "Não espero nada menos do que uma Comissão Europeia extremamente dura com a TAP"
O presidente executivo da TAP afirma que o processo de recuperação em que a TAP se encontrava antes da pandemia vai ajudar a companhia aérea nas negociações com Bruxelas.
A TAP registou prejuízos em 2019, mas o presidente executivo garante que a companhia aérea nacional estava em recuperação no período anterior à pandemia, com o aumento do número de rotas e de passageiros e a redução da dívida garantida pelo Estado, e acredita que esse cenário vai "ajudar" nas negociações, para a aprovação do plano de reestruturação que a empresa terá de implementar, com a Comissão Europeia, que será "extremamente dura".
Antonoaldo Neves está a ser ouvido esta terça-feira, 23 de junho, na Assembleia da República, numa audição requerida pelo PS e pelo PSD para discutir o plano de rotas que foi apresentado pela TAP no mês passado, e que mereceu contestação de várias partes por concentrar a quase totalidade dos voos em Lisboa.
"A empresa estava num processo de recuperação e isso vai ajudar-nos muito quando começarem as negociações com a Bruxelas", afirmou Antonoaldo Neves, na comissão parlamentar de economia e obras públicas.
A título de exemplo, Antonoaldo Neves notou que o número de passageiros da TAP aumentou de 10,6 milhões em 2015, quando foi iniciado o atual plano estratégico da companhia aérea, para 17,1 milhões em 2019, um aumento superior a 61%. Ao mesmo tempo, neste período, o número de voos cresceram de 110 mil para 137 mil. Ainda assim, recorde-se, a TAP reportou prejuízos de 106 milhões de euros em 2019, justificados com a compra de aviões e os constrangimentos no aeroporto de Lisboa.
As negociações com Bruxelas, apontou ainda, não serão fáceis. "Não espero nada menos do que uma Comissão Europeia extremamente dura com a TAP", sublinhou.
As declarações do presidente executivo da TAP surgem depois de a Comissão Europeia ter dado autorização a Portugal para avançar com um auxílio estatal à companhia aérea no valor máximo de 1,2 mil milhões de euros, que assume a forma de um empréstimo de emergência. Para receber este apoio, a TAP tem um prazo de seis meses para elaborar um plano de reestruturação que assegure o seu futuro, que terá de ser aprovado por Bruxelas.
Quanto a este empréstimo, que foi contestado em tribunal pela Associação Comercial do Porto, Antonoaldo Neves salientou que "é muito importante o país unir-se ao redor do plano futuro da TAP", que enfrenta um "desafio muito grande e global". "Se somarmos todas as anteriores crises no setor da aviação, não teríamos uma como esta", resumiu.
Maior preocupação é voar para mercados "que não queimem caixa"
Sobre o plano de rotas que foi apresentado no mês passado, o assunto que levou Antonoaldo Neves a ser chamado ao Parlamento, o presidente da TAP rejeita que as várias regiões do país, à exceção de Lisboa (onde se concentrava a quase totalidade dos voos apresentados no plano original), tenham sido esquecidas. A falta procura, diz, foi o que justificou a definição das rotas.
"Este é um processo de tentativa e erro. É muito difícil, hoje, prever a procura que vamos ter nos próximos meses. Temos feito um processo em que colocamos voos e voltamos a retirar voos. Ninguém sabe como vai estar a procura no fim do ano, com a incerteza que temos em relação à abertura de fronteiras", afirmou.
Seja como for, ressalva, a rede da TAP "não é estática" e será alterada em função da evolução da procura. Os principais fatores para a escolha das rotas, detalhou ainda, serão a rentabilidade e a concorrência existente nas mesmas.
"Temos de entender que ainda vivemos na pandemia. Por isso, os critérios que usamos hoje são muito simples: temos de ter muito cuidado ao voar para mercados que queimam caixas e que têm concorrência. No final, o que temos de garantir é preservar, ao máximo, a capacidade da TAP e não queimar caixa. Não há melhor forma de proteger o dinheiro dos acionistas do que não tomar medidas que queimem caixa", sublinhou, adiantando que será pouco provável que, daqui a seis meses, a TAP já tenha atingido uma operação superior a 60% do que aquela que era registada no ano passado.
Notícia atualizada pela última vez às 12h21 com mais informação.
Antonoaldo Neves está a ser ouvido esta terça-feira, 23 de junho, na Assembleia da República, numa audição requerida pelo PS e pelo PSD para discutir o plano de rotas que foi apresentado pela TAP no mês passado, e que mereceu contestação de várias partes por concentrar a quase totalidade dos voos em Lisboa.
A título de exemplo, Antonoaldo Neves notou que o número de passageiros da TAP aumentou de 10,6 milhões em 2015, quando foi iniciado o atual plano estratégico da companhia aérea, para 17,1 milhões em 2019, um aumento superior a 61%. Ao mesmo tempo, neste período, o número de voos cresceram de 110 mil para 137 mil. Ainda assim, recorde-se, a TAP reportou prejuízos de 106 milhões de euros em 2019, justificados com a compra de aviões e os constrangimentos no aeroporto de Lisboa.
As negociações com Bruxelas, apontou ainda, não serão fáceis. "Não espero nada menos do que uma Comissão Europeia extremamente dura com a TAP", sublinhou.
As declarações do presidente executivo da TAP surgem depois de a Comissão Europeia ter dado autorização a Portugal para avançar com um auxílio estatal à companhia aérea no valor máximo de 1,2 mil milhões de euros, que assume a forma de um empréstimo de emergência. Para receber este apoio, a TAP tem um prazo de seis meses para elaborar um plano de reestruturação que assegure o seu futuro, que terá de ser aprovado por Bruxelas.
Quanto a este empréstimo, que foi contestado em tribunal pela Associação Comercial do Porto, Antonoaldo Neves salientou que "é muito importante o país unir-se ao redor do plano futuro da TAP", que enfrenta um "desafio muito grande e global". "Se somarmos todas as anteriores crises no setor da aviação, não teríamos uma como esta", resumiu.
Maior preocupação é voar para mercados "que não queimem caixa"
Sobre o plano de rotas que foi apresentado no mês passado, o assunto que levou Antonoaldo Neves a ser chamado ao Parlamento, o presidente da TAP rejeita que as várias regiões do país, à exceção de Lisboa (onde se concentrava a quase totalidade dos voos apresentados no plano original), tenham sido esquecidas. A falta procura, diz, foi o que justificou a definição das rotas.
"Este é um processo de tentativa e erro. É muito difícil, hoje, prever a procura que vamos ter nos próximos meses. Temos feito um processo em que colocamos voos e voltamos a retirar voos. Ninguém sabe como vai estar a procura no fim do ano, com a incerteza que temos em relação à abertura de fronteiras", afirmou.
Seja como for, ressalva, a rede da TAP "não é estática" e será alterada em função da evolução da procura. Os principais fatores para a escolha das rotas, detalhou ainda, serão a rentabilidade e a concorrência existente nas mesmas.
"Temos de entender que ainda vivemos na pandemia. Por isso, os critérios que usamos hoje são muito simples: temos de ter muito cuidado ao voar para mercados que queimam caixas e que têm concorrência. No final, o que temos de garantir é preservar, ao máximo, a capacidade da TAP e não queimar caixa. Não há melhor forma de proteger o dinheiro dos acionistas do que não tomar medidas que queimem caixa", sublinhou, adiantando que será pouco provável que, daqui a seis meses, a TAP já tenha atingido uma operação superior a 60% do que aquela que era registada no ano passado.
Notícia atualizada pela última vez às 12h21 com mais informação.