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Protesto contra Uber paralisa táxis no aeroporto de Lisboa

O protesto dos taxistas contra os serviços da Uber levou à paralisação do serviço de táxis no aeroporto da Portela, em Lisboa. A Uber diz que podem coexistir e mostra-se disponível para o diálogo. O Governo diz aguardar informações da Comissão Europeia.

Correio da Manhã
24 de Fevereiro de 2016 às 19:17
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Dezenas de taxistas concentraram-se esta quarta-feira, 24 de Fevereiro, à porta das chegadas do aeroporto da Portela, em Lisboa, em protesto contra o serviço de transporte privado Uber, não tendo havido, por isso, serviço de táxis no local. Segundo o Observador, o protesto já terminou.


A concentração foi espontânea, segundo relatos da Lusa, que cita Eduardo Cacais, da Federação Portuguesa do Táxi (FPT). O protesto motivou a reacção da Uber e do próprio Governo.


Em comunicado, o gabinete do ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, diz que "já solicitou informação à Comissão Europeia sobre os desenvolvimentos que estão em curso, bem como sobre a existência de uma estratégia comum, que permita uma articulação das posições dos diversos Estados Membros", em relação aos serviços prestados pela Uber.

O secretário de Estado adjunto, José Mendes, já recebeu este mês as duas associações representantes do sector dos táxis, dizendo que nessas reuniões "foram debatidos vários aspectos relevantes em ambiente de franca colaboração e com abertura de todas as partes para o diálogo e para o desenho de medidas concretas que contribuam para o desenvolvimento deste importante sector". O tema da Uber esteve nas reuniões entre o Ministério que tutela o sector e os taxistas.


A comunicação do Ministério segue-se ao protesto dos taxistas esta quarta-feira, em Lisboa, que segundo Eduardo Cacais foi "uma manifestação espontânea, que surgiu depois de um taxista ter pedido a um agente da PSP para identificar um veículo da Uber" e o agente ter mandado embora o veículo e autuado o taxista, explicou à Lusa, acrescentando que a actuação do agente da PSP "motivou este sentimento de revolta": "Sentimo-nos lesados", disse.

 

"Há muito tempo que andamos a denunciar os problemas dos motoristas ilegais e clandestinos que nos andam a tirar trabalho", afirmou Eduardo Cacais.

 

O membro da FPT disse ainda que têm sido recebidos pelos partidos com assento parlamentar, que "têm-se mostrado muito sensíveis, mas não há meio de resolverem o problema".

 

Desde as 14:00 não há serviço de táxi no aeroporto. Os veículos estão todos parados nas praças de táxi e nas suas imediações, sendo visível a presença de um forte dispositivo da polícia na zona das chegadas, à saída do aeroporto.

 

Eduardo Cacais adiantou que "a PSP está a anotar as matrículas dos táxis" que estão ali parados (fora das praças de táxi).

 

No protesto estão presentes o presidente da Associação Nacional dos Transportadores Rodoviários em Automóveis Ligeiros (ANTRAL), Florêncio Almeida, e o presidente da FPT, Carlos Ramos.

 

Os dirigentes foram recebidos por um representante da ANA - Aeroportos de Portugal, pelas 16:00.

 

Quando saíram da reunião, seguiram para a residência oficial do primeiro-ministro. Os taxistas irão manter-se em protesto no aeroporto até que estes representantes regressem.

 

A Uber também já reagiu. Em declarações à comunicação social, fonte oficial da Uber afirma que "qualquer grupo tem o direito de se manifestar, desde que de forma pacífica, e em respeito pela ordem e tranquilidade públicas. Esperamos que a moderação e o bom senso prevaleçam", falando dos benefícios da tecnologia que pode "trazer uma maior liberdade de escolha, e que pode ajudar a melhorar e a modernizar o sector da mobilidade como um todo".

Para a Uber, o seu serviço e o dos táxis podem coexistir e ambos podem "trabalhar de forma conjunta para dar resposta a esta procura". A Uber garante estar aberta "à discussão com todas as entidades públicas e privadas".

 

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