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Protesto contra Uber paralisa táxis no aeroporto de Lisboa
O protesto dos taxistas contra os serviços da Uber levou à paralisação do serviço de táxis no aeroporto da Portela, em Lisboa. A Uber diz que podem coexistir e mostra-se disponível para o diálogo. O Governo diz aguardar informações da Comissão Europeia.
Dezenas de taxistas concentraram-se esta quarta-feira, 24 de Fevereiro, à porta das chegadas do aeroporto da Portela, em Lisboa, em protesto contra o serviço de transporte privado Uber, não tendo havido, por isso, serviço de táxis no local. Segundo o Observador, o protesto já terminou.
A concentração foi espontânea, segundo relatos da Lusa, que cita Eduardo Cacais, da Federação Portuguesa do Táxi (FPT). O protesto motivou a reacção da Uber e do próprio Governo.
Em comunicado, o gabinete do ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, diz que "já solicitou informação à Comissão Europeia sobre os desenvolvimentos que estão em curso, bem como sobre a existência de uma estratégia comum, que permita uma articulação das posições dos diversos Estados Membros", em relação aos serviços prestados pela Uber.
A comunicação do Ministério segue-se ao protesto dos taxistas esta quarta-feira, em Lisboa, que segundo Eduardo Cacais foi "uma manifestação espontânea, que surgiu depois de um taxista ter pedido a um agente da PSP para identificar um veículo da Uber" e o agente ter mandado embora o veículo e autuado o taxista, explicou à Lusa, acrescentando que a actuação do agente da PSP "motivou este sentimento de revolta": "Sentimo-nos lesados", disse.
"Há muito tempo que andamos a denunciar os problemas dos motoristas ilegais e clandestinos que nos andam a tirar trabalho", afirmou Eduardo Cacais.
O membro da FPT disse ainda que têm sido recebidos pelos partidos com assento parlamentar, que "têm-se mostrado muito sensíveis, mas não há meio de resolverem o problema".
Desde as 14:00 não há serviço de táxi no aeroporto. Os veículos estão todos parados nas praças de táxi e nas suas imediações, sendo visível a presença de um forte dispositivo da polícia na zona das chegadas, à saída do aeroporto.
Eduardo Cacais adiantou que "a PSP está a anotar as matrículas dos táxis" que estão ali parados (fora das praças de táxi).
No protesto estão presentes o presidente da Associação Nacional dos Transportadores Rodoviários em Automóveis Ligeiros (ANTRAL), Florêncio Almeida, e o presidente da FPT, Carlos Ramos.
Os dirigentes foram recebidos por um representante da ANA - Aeroportos de Portugal, pelas 16:00.
Quando saíram da reunião, seguiram para a residência oficial do primeiro-ministro. Os taxistas irão manter-se em protesto no aeroporto até que estes representantes regressem.
A Uber também já reagiu. Em declarações à comunicação social, fonte oficial da Uber afirma que "qualquer grupo tem o direito de se manifestar, desde que de forma pacífica, e em respeito pela ordem e tranquilidade públicas. Esperamos que a moderação e o bom senso prevaleçam", falando dos benefícios da tecnologia que pode "trazer uma maior liberdade de escolha, e que pode ajudar a melhorar e a modernizar o sector da mobilidade como um todo".
Para a Uber, o seu serviço e o dos táxis podem coexistir e ambos podem "trabalhar de forma conjunta para dar resposta a esta procura". A Uber garante estar aberta "à discussão com todas as entidades públicas e privadas".