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Pedro Nuno Santos: "Plano ferroviário será instrumento de pressão política"

O ministro das Infraestruturas deu esta segunda-feira o pontapé de saída para a definição no país de um Plano Ferroviário Nacional, o qual estará concluído em 2022.

45.º Pedro Nuno Santos
Joao Miguel Rodrigues
19 de Abril de 2021 às 13:58
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O ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, considerou esta segunda-feira, na sessão de lançamento do Plano Ferroviário Nacional (PFN), que este documento, que "deve ser o mais consensual possível", será também "um instrumento de pressão política".

Lembrando que é isso que acontece com o Plano Rodoviário Nacional, o governante salientou que o PFN, que deu esta segunda-feira o primeiro passo e que só terminará dentro de um ano como lei a aprovado na Assembleia da República, será "usado para insistir junto do poder político para a sua concretização".

Na sessão de lançamento do processo de definição das prioridades que o país defende para a ferrovia, Pedro Nuno Santos começou por justificar que a maioria das operações da CP são deficitárias porque "o Estado não fazia a parte" e "não pagava o serviço que a CP prestava".

Lembrando que hoje o Estado já tem um contrato de concessão com a empresa pública, Pedro Nuno Santos afirmou que "temos de sanear a dívida histórica da CP, que é uma mochila que a CP carrega porque o Estado no passado não pagava, mas impunha que a CP prestasse serviço".


O responsável considerou ainda que "se queremos mais operação e mais comboios em funcionamento precisamos de continuar a reforçar quadros de pessoal da CP" e lembrou a recuperação de material circulante que já foi feita nas oficinas da EMEF, ainda que garantindo que será adquirido material novo.


Pedro Nuno Santos aproveitou ainda a sessão de lançamento do PFN para assegurar que o centro de competências ferroviário vai ser constituído e abrir ainda este ano. "Se vamos voltar a ter ferrovia em Portugal, se vamos expandir a rede, se vamos comprar comboios, não há nada num comboio que não consigamos fazer, não há nenhuma razão para que Portugal se limite a comprar lá fora", disse. Para Pedro Nuno Santos, "a ferrovia é a indústria do futuro".

O ministro considerou ainda que nesta matéria o país não pode estar sempre no para-arranca, apelando ao contributo de operadores, utilizadores, autarquias, universidades e especialistas na definição do PFN, que só estará concluído dentro de um ano.


Terceira travessia do Tejo, novas ligações a Espanha, ligações a capitais de distrito, densificação da rede são tema no "debate que temos de ter", afirmou ainda, lembrando que a linha de alta velocidade entre Lisboa e Porto vai reduzir o tempo de percurso entre as duas cidades, mas terá impacto no resto do país. 

Na sessão de lançamento do PFN, o secretário de Estado das Infraestruturas, Jorge Delgado, lembrou que há quase 100 anos que no país não se constroem novas linhas, tendo várias sido desativadas.
 

Frisando que o plano rodoviário nacional foi "no essencial bem sucedido" e "executado sem sobressaltos", considerou que o plano ferroviário não pode ter uma abordagem mimética. Ou seja, disse, "um plano ferroviário não se pode resumir à definição de uma rede, mas tem que ter definição dos serviços para que seja utilizada".

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