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Pedro Nuno Santos: “Normalização dos combustíveis será gradual nos próximos dias”
O ministro das Infraestruturas e da Habitação anunciou formalmente o fim da greve dos motoristas de transporte de matérias perigosas, com os combustíveis a voltar nos próximos dias. Está assegurada a paz social para que seja renegociado o acordo coletivo de trabalho, garantiu.
"Foram três dias difíceis, de incerteza, de alguma insegurança, até" e fez-se "um trabalho muito importante para que hoje possamos regressar à normalidade" chegando a um acordo para o levantamento da greve, anunciou esta quinta-feira de manhã o ministro das Infraestruturas e da Habitação.
Numa declaração aos jornalistas, ao início da manhã no edifício do Ministério, Pedro Nuno Santos elencou o que foi feito pelo Governo nos últimos dias, para conseguir chegar a um acordo com o sindicato que representa os motoristas de transporte de matérias perigosas e avisou que a reposição de combustível nos postos de abastecimento não acontecerá de um momento para o outro. "A normalização será gradual, não é imediata. Temos situação de rutura em vários postos de abastecimento. Não sou adivinho, mas neste momento estão reunidas todas as condições para que a normalidade seja reposta", afirmou.
O ministro explicou que os trabalhos para chegar a acordo decorreram ao longo da última noite "com uma grande dedicação" e juntando à mesa das negociações o Governo, a Associação Nacional de Transportadores Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM), que representa as empresas do setor, e o Sindicato Nacional de Motoristas de matérias Perigosas. As partes vão agora sentar-se e renegociar o acordo coletivo de trabalho, pondo assim fim à greve que já durava há três dias e que deixou muitos postos de abastecimento de combustível e situação de rutura.
"O Governo esteve sempre a trabalhar desde a primeira hora para terminar esta greve o mais rapidamente possível, sempre respeitando o direito à greve", afirmou Pedro Nuno Santos. Aos jornalistas, o ministro elencou as várias medidas tomadas nos últimos dias pelo Executivo, nomeadamente a decretação de serviços mínimos, requisição civil e, também, a declaração de uma crise energética, por parte do Ministério do Ambiente, por forma a "garantir reservas mínimas para a proteção civil, forças de segurança e emergência médica".
Na declaração formal do fim da greve, Pedro Nuno Santos salientou o "comportamento correto" e a "importante vitória" dos motoristas, que "fizeram-se ouvir, foram ouvidos e conseguiram que se iniciasse um processo negocial com a ANTAM que possa valorizar as suas carreiras".
Deixou também um "reconhecimento à ANTRAM", por ter assegurado os serviços mínimos e "para que pudéssemos hoje chegar a um acordo".
A FECTRANS, Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações também não foi esquecida, com o Governo a salientar o "acordo histórico" alcançado em Setembro do ano passado com a ANTRAM e a deixar um aviso: "Sabemos que há ainda empresas que não cumprem o acordo o Estado usará de todos os mecanismos ao seu dispor para que o acordo coletivo de trabalho seja cumprido. Ninguém está acima da lei e é fundamental que todas cumpram da mesma forma."
(Notícia atualizada às 9:00 com mais informação)