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PCP questiona Governo sobre linha de Campo Alegre do metro do Porto
O PCP questionou o Governo sobre o abandono da linha de metro do Campo Alegre, no Porto, e sobre a linha Rosa, cujo trajecto é “muito mais curto” e “pode corresponder a um bloqueio” na expansão da rede.
O grupo parlamentar do PCP questionou o ministro do Ambiente sobre "a não concretização da Linha do Campo Alegre" e o abandono de "compromissos assumidos por sucessivos governos, previstos no Memorando de Entendimento assinado em 2007 entre a Junta Metropolitana do Porto e o Governo", nomeadamente para a cidade do Porto.
Para o PCP, "o acordo do presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, relativamente ao curtíssimo trajecto anunciado pelo Governo, corresponde a abdicar de um projecto de grande relevância para todos os que vivem, trabalham ou estudam nas zonas abrangidas na prometida Linha do Campo Alegre, mas também uma contradição com o programa eleitoral" do autarca.
Na pergunta dirigida ao Governo, a que a Lusa teve acesso, o PCP questiona o Executivo sobre se a "substituição da ligação prevista entre a Estação de S. Bento e Matosinhos Sul pela nova Linha Rosa, entre S. Bento e Casa da Música, pode corresponder a um bloqueio futuro ao desenvolvimento da rede Metro do Porto, condicionando a resposta às necessidades de mobilidade existentes".
Para o PCP, "a substituição corresponde a não aproximar ou levar o metro até áreas densamente povoadas das freguesias de Massarelos, Lordelo do Ouro, Cedofeita e Ramalde, ao Polo III da Universidade do Porto, à Universidade Católica e a Matosinhos Sul".
"A expansão anunciada agora pelo Governo apresenta alterações significativas em relação aos projectos anteriores e a compromissos assumidos no passado, com a perversa fundamentação de condicionar a expansão do Metro a critérios exclusivamente economicistas e de restrição orçamental, comprometendo seriamente o papel futuro da rede. Justas expectativas relativamente à expansão da rede correm o risco de ficar goradas", afirmam os comunistas.
O documento, entregue no Parlamento na sexta-feira, questiona "de que forma" é que o novo traçado da linha Rosa "será articulado com a perspectiva de construção da segunda ligação ao concelho de Gaia, até às Devesas".
O PCP quer ainda saber "qual o envolvimento da Câmara do Porto no processo de decisão acerca da expansão da rede Metro do Porto".
Os comunistas recordam que, em Maio de 2007, num acordo entre o Governo e a Junta Metropolitana do Porto, "a Área Metropolitana do Porto acedeu a abdicar da maioria do capital na empresa e no concelho de administração da Metro do Porto e, em troca, o Governo assumiu o compromisso de concretizar novas ligações".
"Em termos gerais, o acordo previa o arranque imediato do prolongamento da linha desde o Estádio do Dragão até à Venda Nova, em Gondomar, a que se seguiria a extensão da Linha Amarela, desde a estação João de Deus até Laborim, em Gaia, assim como a denominada Linha da Trofa", descrevem.
Estava ainda prevista "a realização de estudos para a concretização na fase a lançar após 2009, nomeadamente novas ligações a Gondomar e Gaia, a ligação entre a Senhora da Hora e o Hospital S. João e a linha entre Matosinhos Sul e a zona ocidental do Porto", lembra o PCP.
De acordo com o projecto apresentado a 7 de Fevereiro, a nova ligação no Porto – Linha Rosa – será enterrada e ligará a Casa da Música, na Boavista, à estação ferroviária de S. Bento, na Baixa do Porto, tendo um custo estimado de 181 milhões de euros.
Esta ligação, que recupera parte dos traçados da denominada Linha Circular, anunciada em 2007, e da Linha do Campo Alegre, implicará a construção de novas quatro paragens: Casa da Música (com ligação subterrânea pedonal à actual estação), Galiza, Hospital de Santo António e Estação de S. Bento (com ligação subterrânea à estação ferroviária).