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MSC Rail vai antecipar recapitalização da CP Carga

Os 51 milhões de euros que a empresa vai investir na transportadora, cujo processo de privatização está em análise na Autoridade da Concorrência, deverão ser injectados mais rapidamente e de uma só vez, para recuperar a CP Carga.

Miguel Baltazar/Negócios
01 de Outubro de 2015 às 17:17
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Os 51 milhões de euros que a MSC Rail vai investir na CP Carga para recapitalizar a empresa, cujo processo de privatização venceu, deverão ser aplicados de uma só vez e mais rapidamente do que estava previsto.

Segundo adiantou ao Negócios Carlos Vasconcelos, administrador da empresa, o objectivo é "antecipar" o processo. "Será preferível para nós e para a empresa antecipar todo esse cenário para que a CP Carga possa mais rapidamente corresponder" ao que a MSC tem previsto, referiu o responsável que falou, no Porto à margem de um seminário sobre o sector, organizado pela "Transportes & Negócios".

"Eram várias tranches que se prolongavam pelo próximo ano. Provavelmente iremos antecipar tudo rapidamente e investimos de uma só vez", adiantou o administrador da MSC Rail. A empresa irá ainda pagar mais dois milhões de euros para ficar com a totalidade do capital da CP Carga.

Carlos Vasconcelos não arrisca avançar com um calendário para a operação estar concluída. Neste momento, o processo está em análise pela Autoridade da Concorrência, sendo que o administrador da MSC "gostaria" de ter a aprovação da compra até ao final do ano.

Quanto à resolução do passivo da empresa, que ronda os 120 milhões de euros, Carlos Vasconcelos acredita que a performance futura da operadora ferroviária de mercadorias irá ser suficiente para amortizar as dívidas. "Vamos desenvolver a CP Carga e esperamos dentro de três anos ter EBITDAs positivos, o que nos vai permitir ir amortizando todo esse passivo", referiu o responsável.

O grupo, que quer alcançar a liderança no sector a nível ibérico nos próximos três anos pretende "fazer os investimentos que forem necessários" e que abrangem "pessoal e equipamentos. A frota que temos não é suficiente para grandes expansões. Permite alguma expansão mas para crescer a sério é preciso mais equipamento", adiantou Carlos Vasconcelos, sem divulgar valores concretos.

O caderno de encargos da privatização, cujo resultado foi decidido em Julho, prevê que os preços não possam ser alterados unilateralmente. Mas não refere explicitamente qual a relação entre a MSC, que é um privado a operar no mercado, e a CP Carga e em que medida isso poderá prejudicar os concorrentes da empresa em Portugal, nomeadamente a Takargo, do universo Mota-Engil.

Carlos Vasconcelos aproveitou a conferência desta quinta-feira para descansar a concorrência. "Não vamos desactivar nenhum dos activos ao serviço da CP Carga. Isto só faz sentido assim. A MSC Rail será um cliente como outro qualquer" garantiu o administrador.

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