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Motoristas acusam Antram de "não querer evitar possível greve por 50 euros"

O sindicato dos motoristas de matérias perigosas admitiu esta noite de terça-feira avançar para uma greve às horas extraordinárias após ter falhado um acordo com a Antram para que se iniciasse um processo de mediação por parte do Governo. As novas formas de luta serão anunciadas quarta-feira.

Bruno Colaço/Cofina
20 de Agosto de 2019 às 21:42
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O Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) admite avançar para uma greve às horas extraordinárias após ter falhado esta terça-feira um acordo com a associação patronal para iniciar um processo de negociação mediado pelo Governo.

À saída do Ministério das Infraestruturas e Habitação, o vice-presidente do sindicato, Pedro Pardal Henriques, acusou a Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (Antram) de "não querer evitar uma possível greve por causa de 50 euros".

Em resposta às acusações do porta-voz da Antram, André Matias Almeida, de que a mediação não avançava por recusa do sindicato, Pardal Henriques argumentou que "o sindicato esteve sempre disponível para negociar". "Se o que impedia as negociações era a greve, nós demos um passo atrás e desconvocámos a greve para retirar aquilo que a Antram dizia ser uma espada sobre a cabeça", enfatizou.

Contudo, disse o responsável, o sindicato veio ao ministério "definir as bases negociais e o objeto de negociação". "E não abdicamos de dois princípios: que os trabalhadores sejam valorizados e que as horas extraordinárias sejam pagas às pessoas", sublinhou.

Agora, prosseguiu, a Antram o que veio dizer ao ministério é que "aceita negociar desde que fosse o que foi acordado com a Fectrans e imposto ao SIMM (Sindicato Independente de Motoristas de Mercadorias)". 

O sindicato considera que a questão do pagamento das horas extraordinárias e o aumento do subsídio de manuseamento de matérias perigosas em mais 50 euros "para 800 pessoas", são exemplos dos princípios que defendemos. "São princípios, não falamos de valores", insistiu Pardal Henriques.

Questionado pelos jornalistas sobre qual o passo seguinte para o sindicato, Pardal Henriques disse: "vamos tomar as medidas que ficaram decididas no plenário de domingo".

"Estamos a falar de uma possível paralisação [que será às horas extraordinárias, fins de semana e feriados]. A Antram não quer evitar uma possível greve por causa de 50 euros", disse, acrescentando que "os trabalhadores precisam de ter garantias para iniciar o processo de mediação" e que essas garantias não existem quando a Antram recusa discutir seja o que for para além do âmbito do que já acordou com a Fectrans e o SIMM.

As novas formas de luta do sindicato serão comunicadas na quarta-feira, concluiu Pardal Henriques.

(Notícia atualizada às 21:56 com mais informação)
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