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SNMMP declara "greve cirúrgica" entre 7 e 22 de setembro

O líder do Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas anunciou uma nova greve para o período compreendido entre 7 e 22 de setembro. No entanto, desta feita a greve "incidirá somente sobre as horas de trabalho acima das 8 horas nos dias úteis e sobre trabalho aos fins de semana e feriados", pelo que não estão preparados serviços mínimos.

Lusa
21 de Agosto de 2019 às 13:18
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Francisco São Bento já deu a conhecer o já entregue pré-aviso de greve do Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), o qual prevê uma nova paralisação entre os dias 7 e 22 de setembro (termina no dia anterior ao início da campanha para as legislativas de 6 de outubro).

No entanto, o presidente do SNMMP notou que esta não será uma greve plena, mas cirúrgica, já que "incidirá somente sobre as horas de trabalho acima das 8 horas nos dias úteis e sobre trabalho aos fins de semana e feriados". Ao início desta manhã, o porta-voz do sindicato, Pedro Pardal Henriques, já antecipara que o pré-aviso de greve seria entregue e conhecido ainda hoje.

Em declarações aos jornalistas a partir de Aveiras, São Bento notou que esta decisão dá "seguimento ao mandato do plenário" realizado domingo pelo sindicato e surge depois da "mediação falhada" devido à "intransigência da Antram".

Francisco São Bento esclareceu ainda que tratando-se de uma "greve cirúrgica", o SNMMP não vê qualquer necessidade de apresentar serviços mínimos "porque os trabalhadores vão exercer as suas funções", já que vão cumprir as oito horas de trabalho previstas. E acrescentou que esta greve "abrange todos os trabalhadores, independentemente do vínculo de trabalho".

As reivindicações deste sindicato ainda por atender passam por assegurar a "remuneração do trabalho suplementar e a garantia de que estes trabalhadores não trabalharão de graça, nem existirão pagamentos por baixo da mesa não tributados".

Francisco São Bento recordou que o SNMMP "cancelou a greve" da semana passada "no intuito de criar condições para se sentar a uma mesa negocial com a Antram", porém, lamenta o dirigente sindical, a entidade representativa dos patrões "não esteve nesta mesa negocial, tendo sido representada pelo Ministério das Infraestruturas e pelo do Trabalho".

Desta reunião não saiu a garantia pretendida pelo SNMMP de que, "independentemente do processo de mediação", os motoristas terão um "aumento não inferior a 50 euros" do novo subsídio de operações e que "receberão, obrigatoriamente, as horas extraordinárias acima das nove horas e meia de trabalho". 

Por fim, o líder sindical sinalizou que o SNMMP mantém "disponibilidade para dar início à mediação". 

O SNMMP não abdica de encetar negociações tendo como ponto de partida um aumento de 175 de subsídio de operações, sendo que o aumento definido se fixa nos 125 euros. 

Após nova reunião em que não foi possível alcançar um acordo, o que levou ao fim da mediação acabada de iniciar, o porta-voz da Antram (Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias), André Matias de Almeida, acusou o SNMMP de rejeitar o processo de mediação apesar dos patrões estar abertos a debater "quase tudo", ao que o sindicato ripostou acusando a Antram de inviabilizar um compromisso "por 50 euros".

Por sua vez, o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, que a determinada altura da noite de ontem chegou a antecipar que a "novela" estaria perto de terminar, saiu da reunião da última noite a admitir não estar à espera deste desfecho, embora mostrando-se esperançoso de que não seja marcada uma nova greve.

(Notícia atualizada às 13:40)
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