Notícia
Metro de Lisboa: Deputados de acordo com aumento das carruagens na linha verde
As iniciativas dos Verdes e do PAN para a reposição das quatro carruagens na linha verde foram bem recebidas pelas restantes bancadas. No debate sobre o Metro de Lisboa, PSD e PCP aproveitaram para criticar os planos de expansão anunciados.
Um dia depois de o Metropolitano de Lisboa anunciar os seus planos para a expansão da rede, o Parlamento debateu esta terça-feira quatro projectos de resolução do PEV, PAN, Bloco de Esquerda e PSD relativos à estratégia para a empresa de transporte público.
A reposição das quatro carruagens na Linha Verde, que em 2012 passou a ter comboios apenas com três, o reforço das carreiras da Carris que circulam na zona de Arroios durante o período em que decorrerem as obras para o alargamento desta estação e o aumento da frequência dos comboios para a estação final da Reboleira foram os temas das diferentes iniciativas em debate.
José Luís Ferreira, do partido ecologista Os Verdes, salientou a necessidade de repor as quatro carruagens na Linha Verde até que seja possível circularem comboios com seis, sublinhando tratar-se de uma das linhas mais utilizadas devido às ligações que permite a estações de comboios e barcos.
Os Verdes reclamam ainda a conclusão do procedimento de concurso para a realização de obras de ampliação na estação de Arroios com vista ao início das obras no mais curto espaço de tempo.
Já André Silva, do PAN, apresentou um projecto de resolução no sentido de recomendar ao Governo não só a reposição imediata da quarta carruagem em todos os comboios que circulam na Linha Verde, mas também que haja um reforço das carreiras da Carris que circulam na zona de Arroios para colmatar as falhas provocadas durante o período das obras.
Esta mesma recomendação foi feita por Heitor de Sousa, do Bloco de Esquerda, para quem o metro da capital deve ainda assegurar a contratação imediata dos 30 maquinistas prometidos em 2016, assim como "dos trabalhadores necessários à reparação das carruagens paradas, para que voltem, o mais rapidamente possível, à circulação" e que "se reponham níveis de qualidade em todas as linhas".
Já Carlos Silva, do PSD, que considerou os projectos dos Verdes e do PAN para a Linha Verde "pertinentes", saiu da defesa da reposição da normalidade na Linha Azul, que em Março passado passou a ter percursos alternados para a Pontinha e para a Reboleira, o que em seu entender "limita a mobilidade dos cidadãos".
"O Governo que se deixe de projectos faraónicos", afirmou o social-democrata, defendendo que o Metro se centre nas conclusões da acção inspectiva realizada pela Autoridade da Mobilidade e dos Transportes, que apontou falhas na pontualidade e na frequência.
Bruno Dias, do PCP, que assumiu também discordância quanto ao plano anunciado esta segunda-feira pelo Governo, sublinhou que "já há muito se devia ter avançado para o reforço das composições" na Linha Verde.
Para o deputado, que propôs que os textos a debate sejam objecto de um trabalho de aperfeiçoamento para que Assembleia da República aprove um texto mais correcto, defendeu ainda ser "indispensável investir para que a empresa dê resposta no plano material e humano", salientando que "a empresa está neste momento numa situação limite".
No debate, Hélder Amaral, do CDS-PP, anunciou que o partido apresentará propostas viradas para a mobilidade e para o serviço público de transportes. "Estamos preocupados. Estávamos à espera que fossem competentes, mas esqueceram-se dos utentes e preocuparam-se com um sector que se chama sindicatos", apontou o centrista.
Pelo PS, Pedro Delgado Alves, que também salientou "a oportunidade do tema" em debate, apontou o dedo ao Governo anterior. "Os problemas têm um autor: o Governo que não investiu na bilhética, não investiu no material circulante, não investiu nos trabalhadores e deixou degradar o funcionamento da rede".