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EMEL cria dez mil lugares de estacionamento em Lisboa

O processo de criação de mais lugares de estacionamento será gradual ao longo de 2016. O cenário chega numa altura em que a EMEL aposta numa nova aplicação para facilitar o pagamento aos automobilistas.

23 de Fevereiro de 2016 às 14:28
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A Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa (EMEL) prevê criar mais dez mil lugares de estacionamento em 2016 nas ruas da cidade.

"Neste momento gerimos à superfície cerca de 50 mil lugares. Temos previsto até ao final do ano chegar aos 60 mil. É um processo gradativo", afirmou ao Negócios o presidente Luís Natal Marques.


Neste momento decorre uma consulta pública ao regulamento de estacionamento em Lisboa, com a possibilidade de que o mesmo passe a ser pago em toda a cidade. Natal Marques recorda que a empresa está pronta para assumir essas áreas, em parceria com as juntas de freguesia.


O objectivo primordial é o ordenamento do trânsito, estando acautelados os lugares de residentes com os respectivos dísticos. "Os grandes problemas de estacionamento na cidade não são provocados por quem cá mora", recordou.


Por dia, além dos residentes em Lisboa, há cerca de "350 a 400 mil automobilistas a entrar na cidade". O responsável falava à margem da apresentação da nova aplicação da EMEL, a ePark.

A EMEL fechou 2015 com receitas de 30 milhões de euros, incluindo os dados relativos a estacionamento e coimas.

lançamento eParK: uma aplicação para quem não tem "moedinha"
Para todos aqueles que nunca têm "moedinha" ou não podem interromper uma reunião para ir pagar o parquímetro. A aplicação ePark – testada por 300 utilizadores – já está disponível nos "smartphones" e chega em Março aos relógios inteligentes.

A mesma permite, através de um carregamento no multibanco, activar o pagamento do serviço e mesmo prolongar o tempo inicialmente fixado. A garantia da EMEL é de que o condutor "só paga o que usa", ao contrário do que acontece com o sistema dito tradicional.

Através da georreferenciação (a aplicação identifica onde está o veículo), os fiscais da EMEL podem depois confirmar que o pagamento foi efectuado quando não encontrarem o bilhete que o comprova. A aplicação conta já com 100 mil utilizadores, representando quase 12% dos pagamentos feitos à empresa.

O sistema só se aplica ao estacionamento nas ruas, mas a EMEL está a estudar a sua aplicação às duas dezenas de parques que gere em Lisboa. Durante a apresentação surgiram também outras ideias para melhorar a ePark: parcerias com o comércio, descontos para os utilizadores que convidem amigos, acordos com sistemas de estacionamento de outras cidades portuguesas.

É mais uma tentativa da EMEL dar a volta à sua reputação negativa entre os lisboetas e evitar o "trânsito parasita", que representa 30% do total na cidade. No fundo, "deixarmos de ser vistos como aqueles papões que estão aqui para multar. Não somos assim tao maus", brincou o administrador João Dias.

A maioria dos lugares de estacionamento pago nas ruas concentra-se no centro de Lisboa. Parque das Nações, Belém e Carnide têm também oferta a este nível.
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