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António Costa: Carris não é para produzir EBITDA. É para transportar pessoas

O primeiro-ministro reiterou que a Carris não pode passar para a mão dos privados, já que é a sua natureza pública que garante que a função de servir as pessoas não é desvirtuada.

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21 de Novembro de 2016 às 13:49
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O primeiro-ministro António Costa lamentou esta segunda-feira, 21 de Novembro, que o "fanatismo ideológico" do anterior Governo tenha impedido a passagem da Carris para a alçada da Câmara Municipal de Lisboa mais cedo.

"Já poderia ter sido feito há mais tempo", afirmou o primeiro-ministro. Mas não aconteceu "devido ao fanatismo ideológico".

"Felizmente, as mudanças políticas permitiram que prevalecesse o bom senso sobre o fanatismo", acrescentou o governante na cerimónia de assinatura do memorando de entendimento que prevê a passagem da gestão da Carris para a Câmara Municipal de Lisboa a partir de 1 de Janeiro de 2017.

O primeiro-ministro reiterou que a Carris não pode passar para a mãos dos privados, já que é a sua natureza pública que garante que a função de servir as pessoas não é desvirtuada.

"Esta empresa não deve ser um produto financeiro. Deve prestar um serviço público", afirmou Costa. "Antes, tinha de produzir EBITDAS, e não transportar pessoas. Mas a função primeira é de ser uma empresa para servir as pessoas. A natureza pública garante que a função não é desvirtuada".

A partir do próximo ano, a gestão da Carris passa para a Câmara de Lisboa, mas a sua dívida permanece no Estado. A empresa será financiada com as verbas do estacionamento, multas de trânsito, IUC "e o que for necessário", como referiu Fernando Medina na cerimónia realizada esta segunda-feira.

"É um dia histórico para a cidade e para a Câmara Municipal de Lisboa porque a Carris regressa a casa", afirmou Medina. "Queremos dar um sinal de confiança que estamos preparados para gerir bem e melhor a Carris. E assegurar que a empresa fica financeiramente estabilizada, com um futuro de equilíbrio e sustentabilidade".

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa garantiu que a Carris "não voltará às dívidas históricas nem ao sub-financiamento", depois de ter sido "muito mal tratada nos últimos anos".

"Com a CML não haverá privatizações nem concessão a privados. Só nós conseguiremos recuperar a Carris", afirmou.

Na cerimónia de assinatura do memorando, Fernando Medina anunciou que a empresa vai contar com 250 novos autocarros nos próximos três anos, 220 novos motoristas, e preços mais baixos para os utilizadores. As crianças entre 4 e 12 anos vão ter um passe social gratuito e os reformados com mais de 65 anos vão passar a pagar apenas 15 euros. 

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