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AEP alerta: "Greve nos portos está a bloquear importações e exportações"

A Associação Empresarial de Portugal e outras seis entidades enviaram uma carta ao Governo a alertar para a urgência em acabar com a  greve nos portos nacionais. Já a Federação das Indústrias Portuguesas Agro-Alimentares afirma que o risco de rutura no abastecimento de algumas matérias-primas para alimentação "é já uma realidade".

Os portos portugueses esperam ganhar quota de mercado no transporte de mercadorias de e para o Reino Unido.
Paulo Duarte
29 de Dezembro de 2022 às 13:22
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A Associação Empresarial de Portugal (AEP), a Comunidade Portuária de Leixões, a Associação Comercial do Porto, Associação de Agentes de Navegação de Portugal, a Associação Nacional de Empresas Concessionárias de Terminais Portuários, a Associação dos Transitários de Portugal e a Associação de Operadores Portuários de Leixões enviaram esta quinta-feira uma carta ao Governo alertando "para os prejuízos que a greve nacional dos funcionários das administrações portuárias está a provocar nas empresas e na economia".

As sete entidades referem "grande preocupação para o bloqueio que a importação e a exportação de mercadorias está a sofrer".


De acordo com um comunicado da AEP, "os utilizadores dos portos nacionais com maior capacidade já estão a desviar carga para Espanha e para outros portos internacionais, mas a maioria dos operadores económicos não tem essa possibilidade, estando neste momento paralisados".


Segundo adianta, "a situação é particularmente grave no Porto de Leixões, uma vez que as suas características físicas ditam o seu encerramento total, sem que seja possível a entrada ou saída de navios".


O Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Administrações Portuárias (SNTAP) convocou uma greve de vários dias, que começou na semana passada e se prolonga até ao fim de janeiro, abrangendo os portos do continente, Madeira e Açores, acusando as administrações portuárias de "ausência total de disponibilidade" para dialogar sobre a proposta de revisão salarial para 2023.


No comunicado divulgado esta quinta-feira, a AEP diz que "as administrações portuárias não têm autonomia para resolver as questões remuneratórias que os sindicatos levantam", as quais "só podem ser resolvidas pela respetiva tutela".


"É público que as negociações fracassaram e que a tutela cortou contacto com os representantes sindicais", afirma a associação, acrescentando que "invocar motivos financeiros em empresas públicas excedentárias ao ponto de permitir o seu encerramento é inconcebível".


"É urgente garantir a suspensão desta greve e travar a sangria económica que ocorre em todos os portos nacionais. Apelamos ao sentido de responsabilidade e dever das partes para que seja imediatamente retomado o diálogo e encontradas soluções para um problema que é de todos", afirma ainda.

FIPA diz que exportação e prazos de entrega estão comprometidos


Também a FIPA – Federação das Indústrias Portuguesas Agro-Alimentares alertou esta quinta-feira "para a grave situação que a greve dos trabalhadores das administrações portuárias está a causar às empresas do setor agroalimentar", apelando às partes envolvidas para que cheguem rapidamente a uma solução para este conflito laboral.


"A manter-se, a greve dos trabalhadores das administrações portuárias coloca em causa o normal funcionamento da indústria agroalimentar, setor para o qual os portos do continente, Madeira e Açores são porta de entrada de matérias-primas no país", diz a federação numa nota enviada, onde avisa que "compromete a exportação de bens e o cumprimento de prazos de entrega de encomendas, situação que coloca em causa relações futuras com o exterior".


"Esta paralisação está a afetar já o fornecimento e consumo de bens essenciais e a trazer prejuízos incalculáveis e duradouros para as empresas e para os seus colaboradores", diz ainda, salientando que "o risco de rutura no abastecimento de algumas matérias-primas para alimentação é já uma realidade".


"Face à situação, e caso não se encontre solução imediata para este conflito laboral, a FIPA entende que devem ser revistos e assegurados de imediato os serviços mínimos, uma vez que atualmente não comportam a descarga de matéria-prima de bens alimentares essenciais", frisa ainda.

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