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Agentes de navegação, transitários e exportadores querem serviços portuários fora da esfera pública
Agepor, APAT e CPC avisam que as consequências da greve dos trabalhadores das administrações portuárias perduram no tempo ao afetarem a imagem dos portos portugueses. E pedem ao Governo que estude alternativas para licenciar, concessionar ou privatizar serviços operacionais retirando-os da esfera pública.
A Associação dos Agentes de Navegação de Portugal (Agepor), a Associação dos Transitários de Portugal (APAT) e o Conselho Português de Carregadores (CPC), que representa grandes exportadores nacionais, sugerem ao Governo que estude alternativas no sentido de retirar serviços operacionais dos portos portugueses da esfera pública.
Numa altura em que decorre uma greve dos trabalhadores das administrações portuárias até 30 de janeiro, as três entidades salientam em comunicado que o resultado direto da paralisação "é o mau funcionamento dos portos, que se traduz em atrasos e cancelamentos de escalas de navios, com evidentes prejuízos e custos desnecessários para toda a economia, com reflexos negativos na competitividade das exportações e no consumo interno, ou seja, nos bolsos de todos os portugueses".
Já indiretamente, "e ainda mais grave, porque as suas consequências perduram no tempo", dizem, "são os danos que estas greves causam na imagem dos portos portugueses".
Na mesma nota, referem que os armadores, "sempre que possível, minimizam riscos evitando e fugindo dos portos "problemáticos" quando desenham a rotação dos seus navios" e "passam a servir esses mercados por portos alternativos prejudicando a tão importante, como fundamental, conectividade de Portugal com o mundo".
"Importa procurar soluções imaginativas que eliminem estes conflitos e ao mesmo tempo contribuam para a competitividade e criatividade futura dos portos portugueses", dizem ainda, sugerindo ao Governo e às Administrações Portuárias que, "uma vez terminadas as presentes greves, possam estudar as alternativas de licenciar, concessionar, privatizar serviços operacionais, na esfera portuária".
Em seu entender, "talvez essas alternativas promovam uma maior inovação e eficiência em cada porto e criem uma dinâmica global diferente retirando a estes serviços os constrangimentos de estarem na esfera publica".
"Portugal precisa de paz nos portos. Depois de longos anos perturbados pela greve dos estivadores só faltaria agora uma longa greve nas Administrações Portuárias para denegrir a imagem internacional dos nossos portos", lamentam.
Esta segunda-feira o ministro das Infraestruturas, João Galamba, vai reunir-se com o SNTAP – Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Administrações Portuárias, na sequência do pedido de audiência desta estrutura sindical, que cumpre uma greve nos portos comerciais até dia 30 de janeiro.
Para esta terça-feira está também agendada uma reunião entre o ministro das Infraestruturas e todas as estruturas sindicais representativas dos trabalhadores das Administrações Portuárias, com vista à auscultação do setor marítimo-portuário.