Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

TAP com lucros de 111 milhões no 3.º trimestre. “O plano está a funcionar”, diz CEO

A transportadora obteve resultados positivos entre junho e setembro, mas continua com prejuízos no acumulado do ano. A CEO alerta para a "incerteza da atual conjuntura ", que leva a "visibilidade ainda limitada" para 2023.

A TAP fechou 2021 com um prejuízo de 1.599 milhões de euros.
D.R.
  • 9
  • ...
"O plano está a funcionar e é o adequado para empresa". É assim que a CEO da TAP, Christine Ourmières-Widener, avalia as mudanças operadas na companhia e os seus efeitos nos resultados do terceiro trimestre, num encontro com o Negócios. A transportadora fechou o trimestre com lucros de 111,3 milhões de euros, o que representa um aumento de 182,8% em relação ao mesmo período de 2021.

No entanto, no acumulado dos nove meses do ano a transportadora aérea continua a registar prejuízos, desta vez 90,8 milhões. São perdas, ainda assim, 85% inferiores às registadas nos primeiros nove meses de 2021, quando chegaram aos 627,6 milhões. 
Os resultados foram divulgados esta quarta-feira junto da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

No comunicado de divulgação de resultados, a TAP justifica os lucros do trimestre - que contrastam com os prejuízos obtidos em períodos anteriores - com um "recorde de receitas operacionais" de 1,1 mil milhões, "excedendo os níveis pré-crise em 7,5%", e com um EBITDA recorrente (resultados antes de juros, impostos, amortizações e depreciações) de 280,1 milhões "acima dos níveis pré-crise, apesar do aumento dos custos com combustível".

No terceiro trimestre o número de passageiros transportados duplicou em relação a 2021 e atingiu 85% dos níveis do mesmo trimestre de 2019, pré-pandemia.

Quanto às receitas, "2,5 vezes superiores às do mesmo período do ano passado", foram impulsionadas "pelo aumento das tarifas e maior capacidade", pode ler-se.

Os custos operacionais recorrentes atingiram 966,2 milhões, mais 97,4% que no terceiro trimestre do ano passado, um "aumento significativo" que "reflete o maior nível de atividade". Os custos são também mais elevados que no mesmo trimestre de 2019, "essencialmente em resultado do custo mais elevado com combustível", diz a TAP.

A companhia de bandeira destaca também que o custo com combustível "mais do que triplicou" em termos anuais. "Apesar de ter gerado um efeito positivo de 15,9 milhões, a estratégia de cobertura apenas conseguiu reduzir de forma marginal o efeito dos preços de mercado do jet fuel mais elevados, que contribuíram com 153,0 milhões para o aumento do custo com combustível", diz a empresa.

Olhando para a rubrica dos gastos operacionais, com um total de 977,8 milhões, é possível verificar que os combustíveis para aeronaves representam a maior fatia (371,9 milhões), seguidos dos custos de tráfego (220,2 milhões) e com pessoal (106,6 milhões).

A TAP refere ainda o impacto positivo do voo para Agadir, em Marrocos, que esteve suspenso e foi retomado no terceiro trimestre.

No comunicado, a CEO da TAP, Christine Ourmières-Widener, sublinha a "solidez do desempenho no terceiro trimestre, com todas as métricas financeiras acima dos níveis précrise", e diz que "a procura para o quarto trimestre mantém-se bastante forte, suportando as expectativas de um bom resultado acumulado até final do ano".

No entanto, Ourmières-Widener alerta para as "incertezas da atual conjuntura", que resultam numa "visibilidade ainda limitada" para em relação a 2023. "Os próximos passos decisivos a tomar são: levar a cabo discussões produtivas com os nossos parceiros laborais para a criação de Acordos Coletivos de Trabalho mais modernos, melhorar as nossas operações e a qualidade do nosso serviço com o envolvimento de todos os stakeholders, a constante negociação de todos os nossos contratos com terceiros e a cuidada preparação do próximo ano", afirma.

Notícia atualizada às 8h18 com mais informação
Ver comentários
Saber mais TAP grandes empresas
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio