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Trump ameaça Dinamarca com tarifas se não ceder Gronelândia

O presidente eleito dos EUA reiterou a ideia de comprar o território sob controlo dinamarquês por motivos de "segurança nacional", não rejeitando ainda uma intervenção militar no Panamá e uma união com o Canadá, numa conferência de imprensa com várias temáticas.

Brian Snyder
07 de Janeiro de 2025 às 18:54
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O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, ameaçou penalizar a Dinamarca com tarifas "a um nível muito elevado" se os responsáveis políticos do país não cooperarem com a sua proposta de compra da Gronelândia, colocando em causa ainda se a Dinamarca tem o direito de controlar o território.

"As pessoas não sabem se a Dinamarca tem qualquer direito legal sobre ela [a Gronelândia], mas se tiverem, devem abandoná-lo, porque necessitamos dela para a segurança nacional", disse Trump numa longa conferência de imprensa na sua residência privada em Mar-a-Lago, na Florida.

O território sob controlo dinamarquês não foi o único visado na conferência de imprensa, em que Trump abordou uma série de temas. O futuro presidente dos EUA também não rejeitou utilizar a força militar para invadir o Panamá e assumir o controlo do canal estratégico e também admitiu usar o poderio económico norte-americano para unir o Canadá aos EUA.

Depois de ter dito que queria que o Canadá fosse o 51º estado dos EUA, o republicano sustentou na conferência de imprensa que os EUA perdem anualmente "mais de dois mil milhões de dólares" nas trocas comerciais com o Canadá, nomeadamente na importação de automóveis e laticínios.

Os responsáveis de todos os países visados tinham já rejeitado as ideias de expansão territorial de Trump, que não são novas. A primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, reiterou esta terça-feira que está em absoluto contra a venda da Gronelândia, mas disse que o investimento dos EUA no território autónomo é bem-vindo.

A responsável frisou que os EUA "são absolutamente o nosso aliado mais próximo" e que a Dinamarca está recetiva a uma maior colaboração na região do Atlântico Norte. "Temos um grande interesse em que os EUA desempenhem um maior papel nesta região, e não, por exemplo, a Rússia."

Trump retomou recentemente a ideia de comprar a Gronelândia, que já tinha lançado em 2019 e na altura foi classificada como "absurda". A proposta ganhou força com a deslocação de um dos filhos de Donald Trump ao território, esta terça-feira, para uma alegada visita privada.

O território tem uma grande importância geoestratégica. Está localizada na ilha uma base norte-americana que é utilizada para detetar ameaças de mísseis e as reservas de minerais da ilha despertaram o interesse de potências globais como a Rússia e a China.

Ainda no âmbito da defesa, Trump defendeu que o contributo dos Estados-membros da NATO deveria ser de 5% dos respetivos PIB, aumentando consideravelmente a fasquia atual face aos atuais 2%.

O republicano alegou que "salvou a NATO", quando exigiu no seu primeiro mandato que os países membros da organização aumentassem o valor despendido na sua própria defesa. "Angariei mais de 80 mil milhões de dólares, o dinheiro começou a entrar", assinalou.

Entre os muitos temas abordados, o futuro chefe de Estado EUA prometeu ainda mudar o nome do Golfo do México para "Golfo da América". "Vamos mudar o nome do Golfo do México para 'Golfo da América', que soa muito bem e cobre uma grande área de território. Que nome bonito. E é apropriado, é mesmo", disse.

A conferência de imprensa foi inicialmente convocada para anunciar um investimento de 20 mil milhões de dólares pelo empresário dos Emirados Árabes Unidos Hussain Sajwain, fundador da empresa de promoção imobiliária DAMAC Properties e sócio de Trump, para a construção de novos centros de dados, que serão dedicados ao desenvolvimento da inteligência artificial.

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