Os serviços jurídicos do sindicato que representa os pilotos da TAP (SPAC) estão a analisar os moldes para criar uma estrutura que possibilite a todos os funcionários entrarem no capital da companhia aérea, quando o Estado lançar a oferta pública de venda dos 5%, avança o Público.

De acordo com a edição desta sexta-feira, 19 de Fevereiro, do jornal, neste momento já está em curso uma análise jurídica e, posteriormente, vão avançar também com uma análise financeira para perceber como implementar esta intenção.

O objectivo destas análises "é ter uma abordagem de grupo que não se cinja ao exercício individual de cada trabalhador", explicou David Pães, presidente do Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC).

Desde 1999 que os pilotos reclamam uma participação no capital da TAP, depois de nessa altura, quando a transportadora aérea ainda era estatal, o Executivo ter acordado que teriam direito até 20% em compensação por ganhos de produtividade. Uma situação posteriomente alterada pelo Governo de Passos Coelho.

Com a entrada de investidores privados, essa opção voltou a estar em cima da mesa, tendo sido estabelecido um tecto de 5% do capital.

Segundo o Público, os sindicatos estão confiantes que os trabalhadores da TAP vão aderir em força a compra de acções, ao contrário dos anteriores casos da ANA e dos CTT. Aliás, a fatia final da Atlantic Gateway vai depender muito deste passo dos trabalhadores da TAP tendo em conta que as acções que sobrarem desta parcela (5%) são entregues aos privados.

No início de Fevereiro o consórcio Gateway, controlado por David Neeleman e Humberto Pedrosa assinou um novo acordo com o Governo de António Costa. O Executivo recuperou metade do capital da TAP ficando, assim, o consórcio Gateway com 45% ou 50% do capital.