O ministro da Economia Pires de Lima fez esta sexta-feira um balanço do primeiro dia de greve dos pilotos, destacando que cerca de 70% dos voos foram realizados e mais de 80% dos passageiros foram transportados pela companhia aérea.

Destacou que foram realizados "todos os voos de longo curso" e que "os pilotos que hoje vieram trabalhar não estão a fazer nenhum favor ao governo", mas antes "a trabalhar porque estão genuinamente preocupados com o futuro da TAP", pois é "o futuro da TAP que está em causa".

"Todos os portugueses estão agradecidos aos pilotos que hoje vieram trabalhar", disse Pires de Lima, adiantando que "não há memória de uma greve convocada pelo sindicato dos pilotos ter este nível de adesão".

O ministro apelou aos pilotos que continuem a trabalhar nos próximos dias, mas recusou voltar à mesa das negociações com o sindicato dos pilotos. "Não há margem para negociar. Esse tempo já passou", afirmou.

Fernando Pinto, presidente da empresa, também comentou o primeiro de 10 dias de greve, afirmando que esta tira confiança do mercado na TAP e "isso é o mais grave".

Em declarações à RTP, Hélder Santinhos, da direcção do SPAC, justificou a fraca adesão à greve com o facto de muitos pilotos estarem "afectos às chefias e relacionados com a administração da empresa".

O valor destruído pela greve é "irrisório" face aos prejuízos que a empresa tem tido, argumentou Santinhos. E se houver despedimentos na transportadora aérea, tal "não será devido à greve", mas sim devido à equipa de gestão e todos os governos dos últimos 14 anos.