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Pedro Nuno Santos deixa CEO da Ryanair com "orelhas a arder"

O ministro das Infraestruturas e da Habitação "arrasou" o CEO da Ryanair numa reunião realizada esta manhã. Tudo por causa da queixa apresentada pela companhia "low-cost" irlandesa contra os apoios estatais à TAP.

Pedro Nuno Santos, ministro das Infraestruturas, escolheu Duarte Silva para a administração da ANAC, nomeação que já recebeu o “ok” da Cresap.
Bruno Colaço
26 de Maio de 2021 às 15:57
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O ministro das Infraestruturas e da Habitação transmitiu esta quarta-feira ao CEO da Ryanair que Portugal "não aceita intromissões nem lições de uma companhia aérea estrangeira que responde apenas perante os seus acionistas", revelou, em comunicado, o ministério.

A reunião entre Pedro Nuno Santos e Michael O'Leary realizou-se "no seguimento de um pedido efetuado pelo ministro", indica a tutela.

De acordo com o comunicado, o ministro português não poupou nas críticas à empresa irlandesa, referindo que "a Ryanair é uma empresa privada e não tem de interferir nas decisões soberanas tomadas pelo Governo português".

"Fica claro para todos que a Ryanair se está a procurar aproveitar de uma situação difícil causada por uma pandemia para atacar um conjunto de companhias europeias de importância central para vários Estados-Membros. Perante os sistemáticos atos hostis de ataque à TAP, a Ryanair não deve esperar do Ministério das Infraestruturas e da Habitação uma atitude de cooperação ou sequer de indiferença", acrescenta.

E, aproveita, para atacar as questões de violação das leis laborais que têm sido apontadas à "low cost" irlandesa. "A transportadora aérea, para operar em Portugal, tem de respeitar o enquadramento legislativo nacional, em particular a legislação laboral que a Ryanair teima em desrespeitar", atira.

Num tom duro, Pedro Nuno Santos admite que "o investimento da Ryanair em Portugal é bem-vindo", mas, sublinha que "a empresa só está em Portugal porque isso lhe é financeiramente favorável. É uma questão de lucro e não um "favor" ao Estado português ou aos portugueses. A Ryanair só vem para Portugal porque é do seu interesse".

A Ryanair apresentou queixas contra vários apoios estatais a companhias aéreas por Estados-membros, na sequência da crise no setor da aviação originada pela pandemia.

Recentemente, o Tribunal Geral da União Europeia (TGUE), que tem dado até agora razão a Bruxelas nos mais de 20 recursos apresentados pela Ryanair para tentar travar os auxílios de Estado concedidos a um conjunto de companhias aéreas europeias, anulou a decisão tomada pela Comissão Europeia no caso da TAP, que viu aprovadas em junho de 2020 ajudas de até 1,2 mil milhões de euros, por considerar que esta “não está suficientemente fundamentada”.
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