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Pedro Marques encara com "normalidade" greve na Ryanair sem comentar ameaças

O ministro do Planeamento e das Infraestruturas disse que encara com "normalidade o direito à greve" dos tripulantes de cabine da Ryanair, recusando-se a comentar as ameaças da companhia em reduzir o número de aviões em Portugal.

Bloomberg
28 de Março de 2018 às 22:31
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Os tripulantes de cabine da Ryanair começam às 00:00 desta quinta-feira o primeiro de três dias não consecutivos de greve, durante o período da Páscoa, para exigir o respeito de direitos previstos na lei nacional.

 

Entretanto, a Ryanair ameaçou reduzir o número de aviões nas bases que tem em Portugal caso avance a greve dos tripulantes de cabine no período da Páscoa, num memorando enviado aos trabalhadores e a que a agência Lusa teve acesso.

 

Confrontado pela agência Lusa com as ameaças da companhia aérea, o ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, recusou-se a comentar ameaças. "Não comento ameaças desse tipo por parte das empresas", afirmou.

 

No entanto, sublinhou que o Governo encara "com normalidade o direito à greve por parte dos trabalhadores, porque é um direito constitucional". "A greve é um direito dos trabalhadores, é um direito laboral que lhes assiste", vincou.

 

Segundo Pedro Marques, "a mediação, a conciliação e a negociação são sempre as melhores soluções", esperando que "empresas e trabalhadores e seus representantes tenham disponibilidade" para dialogar. "Temos dados bons exemplos nesta legislatura de como a salvaguarda dos direitos dos trabalhadores não tem sido perniciosa e não tem sido danosa para a competitividade do país", afirmou.

 

O Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) convocou uma greve de tripulantes de cabine da Ryanair para esta quinta-feira, para o domingo de Páscoa e para a próxima quarta-feira (dia 4 de Abril), porque as conversações com a transportadora de baixo custo "verificaram-se infrutíferas".

 

O sindicato acusa a empresa de não aceitar aplicar a lei portuguesa, nomeadamente os direitos inscritos na Constituição e no Código de Trabalho, como a parentalidade, nem parar os "processos disciplinares porque não se atingiram quotas de vendas a bordo", assim como deixar de considerar uma baixa médica por doença como uma falta injustificada.

 

Entretanto, a Ryanair ameaçou reduzir o número de aviões nas bases que tem em Portugal. "Se estas greves desnecessárias avançarem, vão perder salário, prejudicar o bom nome dos tripulantes de cabine da Ryanair junto dos nossos clientes e teremos que rever o número de aeronaves actualmente baseadas em Portugal", lê-se no documento assinado por Eddie Wilson, responsável pelos recursos humanos da companhia aérea, documento a que a Lusa teve acesso.

 

O mesmo responsável notou que essas deslocalizações poderão acontecer quando os aviões puderem ser desviados "para bases fora de Portugal e continuar a operar nessas rotas".

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