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Nuno Botelho: “Ficamos a ter a certeza que a TAP é um Novo Banco”

Após a rejeição da providência cautelar contra o empréstimo do Estado, o líder da Associação Comercial do Porto insiste nas críticas à TAP e diz que ação “obrigou o Governo a vir explicar-se quanto a esta injeção financeira”.

31 de Julho de 2020 às 13:21
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A Associação Comercial do Porto discorda da decisão do Supremo Tribunal Administrativo de rejeitar a providência cautelar que havia sido interposta para impedir o empréstimo de até 1.200 milhões de euros do Estado à TAP, sublinhando que "consubstancia uma recusa de escrutínio judicial dos atos administrativos do Governo".

O presidente da direção e primeiro subscritor da ação, Nuno Botelho, sente que a instituição cumpriu o dever de defender a cidade, o Norte e todos os portugueses, "exigindo escrutínio, rigor e transparência na aplicação dos dinheiros públicos". "Obrigámos o Governo a vir explicar-se quanto a esta injeção financeira. Agora ficamos mesmo a ter a certeza que a TAP é um Novo Banco. Até porque, como temos visto, o próprio Novo Banco está cada vez mais parecido com a TAP", acrescentou.

Numa nota enviada às redações esta sexta-feira, 31 de julho, a ACP reclama que a providência cautelar "despertou consciências na sociedade civil", abriu o debate público quanto ao papel da TAP e utilidade de uma companhia aérea "dita de bandeira" e questionou a aplicação de verbas do Estado em empresas "ditas estratégicas". Além disso, concluiu, após a iniciativa o Estado veio a reforçar a posição acionista, "tornando-se largamente maioritário e, nessa medida e a partir de agora, responsável pelas decisões de gestão que sejam tomadas".

Já as preocupações quanto à cobertura equilibrada do território nacional, incluindo os aeroportos do Porto, Faro, Madeira e Açores, continuam na agenda de Nuno Botelho. "Todos nós, para além de Lisboa, sabemos que continuamos a não contar com a TAP. Contamos, e muito, com as companhias estrangeiras, as de bandeira e as low-cost, e sim, seremos capazes de dar o exemplo e de liderar a recuperação da crise", sentenciou o sucessor de Rui Moreira à frente da ACP.

A companhia aérea prevê realizar 66 rotas e 500 voos semanais em agosto e 700 em setembro, para um total de 76 destinos, recuperando nessa altura 40% da operação pré-covid. No próximo mês, o Porto ganha ligações diretas a Ponta Delgada, Rio de Janeiro, Newark, Londres, Milão e Zurique.

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