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Moody's sobe "rating" da TAP
A agência de notação financeira reviu em alta a classificação atribuída à companhia aérea, sublinhando a melhoria da sua rentabilidade operacional.
A agência de notação financeira Moody's subiu esta sexta-feira o "rating" de "corporate family" da TAP (que reflete a capacidade do grupo honrar todas as suas obrigações financeiras), assim como o "rating" de probabilidade de incumprimento da empresa.
Em comunicado, a Moody’s refere ainda a melhoria do "rating" das obrigações sénior não garantidas, no valor de 375 milhões de euros, com vencimento em 2024, tendo também subido a classificação do perfil de risco de crédito individual ("baseline credit assessment").
O "outlook" (perspetiva para a evolução do "rating") mantém-se positivo.
A agência refere que a decisão reflete quer "a forte e contínua melhoria da rentabilidade operacional da companhia aérea desde a última subida de rating da Moody's em abril de 2023 quer a melhoria das métricas de crédito", numa altura em que diz esperar uma recuperação contínua do tráfego de passageiros em 2023 e 2024.
"A TAP alcançou um forte desempenho operacional apoiado pela sua base de clientes de lazer e pela sua exposição ao Atlântico Norte e à rota brasileira, que foram duas rotas dinâmicas durante o ano de 2023", afirma ainda a agência de notação financeira, salientando que em termos de aumento da capacidade - medida em lugares-quilómetros disponíveis (ASK) - teve "uma recuperação mais forte do que a dos seus pares de maior dimensão, como a Lufthansa ou o grupo IAG".
"Juntamente com um forte preço (a receita por ASK foi 26% acima do nível de 2019 e 11% em comparação com 2022) e um bom controlo de custos (o custo por ASK aumentou 12% em relação a 2019 e está praticamente estável, excluindo o custo do combustível), a forte recuperação do tráfego levou a uma rentabilidade recorde para a TAP", diz.
Para a Moody’s, "a recuperação dos lucros e a importante injeção de capital que a TAP recebeu do Governo português no âmbito do seu programa de reestruturação aprovado pela Comissão Europeia também conduziram a uma melhoria significativa dos indicadores de crédito da TAP".
O rácio dívida/EBITDA ajustado pela Moody's deverá melhorar de 4,8x em 2022 para 3x em 2023, com um potencial de desalavancagem adicional em 2024, refere na mesma nota.
"A menor alavancagem bruta também é alcançada no contexto de um perfil de liquidez muito mais forte, com a TAP a deter 769 milhões de euros de caixa no balanço em setembro de 2023, contra 426 milhões de euros em 2019", faz notar, recordando que a companhia aérea "irá receber mais duas injecções de capital de 343 milhões de euros cada, em dezembro de 2023 e dezembro de 2024, provenientes de um aumento de capital de mil milhões de euros do Governo português".
"Estas duas injecções reforçarão ainda mais o perfil de liquidez da TAP", frisa ainda, apontando que "a reserva de liquidez da TAP deverá ser suficiente para conter os elevados pagamentos de 'leasings' e reembolsar os instrumentos de dívida pendentes".
A Moody’s sublinha ainda que, apesar das poucas certezas quanto à evolução económica em 2024, prevê-se que a recuperação do tráfego de passageiros continue. "As tendências de reservas permanecem atualmente positivas", diz, acrescentando que, "tal como o resto da indústria, a TAP continua a registar um ambiente de preços robusto, o que lhe permite transferir uma grande parte dos aumentos de combustível e de outros custos".