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Marques Guedes: "Situação da TAP é de iminente colapso financeiro"

"Há o risco efectivo de aviões poderem ficar no chão" e dos salários dos trabalhadores não serem pagos. É esta situação financeira que justifica a conclusão da venda de 61% da TAP, ao contrário do que foi pedido pelo PS.

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12 de Novembro de 2015 às 15:52
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"A situação da TAP é de iminente colapso financeiro de tesouraria. Há o risco efectivo de aviões poderem ficar no chão" e de não serem pagos salários, afirmou esta quinta-feira, 12 de Novembro, o ministro da Presidência, Luís Marques Guedes, durante a conferência de imprensa que se seguiu à reunião do Governo onde foi aprovada a minuta final do acordo relativo à privatização da TAP.  

Esta minuta determina a conclusão do processo e a injecção imediata de 150 milhões de euros na TAP. No total, o consórcio Atlantic Gateway acordou inicialmente injectar 338 milhões de euros na TAP. Deste montante cerca de 270 milhões poderiam entrar até um ano após a conclusão do acordo de venda, ou seja, a 23 de Junho de 2016. Ao mesmo tempo entram no capital da companhia aérea 17 milhões de euros por trimestre ao longo de 2016. Com as alterações realizadas esta quinta-feira, o consórcio injecta já 150 milhões de euros, deixando os 120 milhões remanescentes para mais tarde. Sendo que, no limite, estes 120 milhões terão de entrar na TAP até 23 de Junho de 2016.

 

"A situação verdadeira da empresa exige que este dinheiro entre", de forma imediata, salientou Luís Marques Guedes.  "Se não entrar o dinheiro a empresa tem de ser reestruturada", sublinhou. A injecção de capital "é estritamente necessária. A empresa precisa deste dinheiro em termos de tesouraria."

 

Esta é a justificação dada pelo Executivo para que a operação seja fechada já, ao contrário do que foi pedido pelo PS, que ontem defendeu que a assinatura do acordo devia ser cancelada, uma vez que é contra a venda de uma parcela maioritária da companhia aérea.

Questionado sobre porque é que o Governo, que está em gestão depois de ter sido "demitido" pelo Parlamento esta semana, optou por manter o fecho do processo, Luís Marques Guedes diz que o Executivo "não pode deixar de actuar" de forma a evitar problemas na empresa. "A situação de tesouraria da TAP vem-se agravando", o que justifica a decisão.

 

Luís Marques Guedes acusa o PS de "prepotência e hipocrisia." "Aquela carta é uma ameaça à administração da Parpública, o que revela uma prepotência e arrogância que surpreende."

 

"Hipocrisia porque não acredito que o PS não conheça a situação financeira da companhia. E, não admitindo que seja por ignorância…" O PS "sabe bem que o dinheiro tem de entrar na empresa."

 

Marques Guedes rejeitou que a decisão do Governo tenha qualquer relação com a posição do PS e que represente um custo adicional para o país no futuro, caso o PS decida reverter a situação. "O dinheiro entrar, seja ele por onde for, nunca é um custo. No limite se o PS quiser reverter a situação, terá de devolver o dinheiro que teria de entrar na empresa" neste momento fosse de que forma fosse. "Se não entrar o dinheiro a empresa tem de ser reestruturada", sublinhou.

 

Qual será o custo, caso o PS decida reverter esta operação, questionaram os jornalistas. "Dependerá das razões pela qual o PS quiser fazer a reversão. Dependerá do momento, das razões e da dimensão da reversão", afirmou o responsável. 

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