A Airbus registou no primeiro trimestre de 2016 lucros de 399 milhões de euros, o que representa um recuo na ordem dos 50% face aos valores registados no mesmo período do ano passado (792 milhões de euros).

Os resultados antes de impostos, amortizações, juros e depreciações (EBITDA) caíram na mesma proporção, para 874 milhões de euros.

O volume de negócios do grupo manteve praticamente inalterado, tendo-se fixado nos 12,2 mil milhões de euros, mais 1% face ao período homólogo.

Apesar de terem sido entregues menos aviões - 125 no primeiro trimestre deste ano, face a 134 nos primeiros três meses do ano passado – "as receitas mantiveram-se estáveis no segmento de aviação comercial, suportadas pelo fortalecimento da taxa de juro do dólar norte-americano", explica a empresa num comunicado divulgado esta quinta-feira. 

Nesta nota, a Airbus reconheceu ainda um abrandamento nas encomendas e problemas no projecto militar A400M.

"2016 tem-se provado mais desafiante do que antecipamos", reconheceu Tom Enders, CEO do grupo. "Operacionalmente, continuamos focados em acelerar os programas de produção dos Aibus A350 e A320. A nível militar, estamos agora a enfrentar sérios desafios na produção e entrega do A400M devido a novas, e inesperadas, questões sobre a caixa de velocidades do motor", acrescentou.

A empresa dá ainda conta do "desafio crescente" de acelerar a produção do Airbus A350 XWB, contornando estrangulamentos no fornecimento e de controlando os custos.

Escreve a Bloomberg que a produção do A320Neo sofrerá também atrasos, num altura em que a Pratt & Whitney trabalha para corrigir falhas no motor da aeronave.

Apesar destes revezes, o grupo "mantém as estimativas para 2016", informa o CEO. A expectativa da Airbus é entregar este ano mais de 650 aviões e assistir a um aumento das encomendas de aeronaves comerciais.

No entanto, os novos pedidos no primeiro trimestre caíram 65%, para 7,2 mil milhões de euros, face ao período homólogo.