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Hi Fly está a negociar a aquisição de dois Airbus A380
A companhia aérea portuguesa Hi Fly está a negociar a aquisição, através de leasing, de dois exemplares do Airbus A380, o maior avião comercial do mundo. O objectivo é colocá-los a operar “em grandes aeroportos” no estrangeiro.
A companhia aérea portuguesa Hi Fly, especializada na cedência de aeronaves a outras transportadoras, está a negociar a aquisição de dois exemplares do maior avião de passageiros do mundo, o Airbus A380. A novidade foi avançada pelo presidente da companhia, Paulo Mirpuri, ao jornal suíço Aero Telegraph. Ao Negócios, fonte oficial da Hi Fly diz que "estão a decorrer negociações no sentido de adquirir dois A380 para a nossa frota", embora ressalve que não estão concluídas.
Mesmo que as negociações cheguem a bom porto, não é provável que a aeronave opere em Portugal. Em Lisboa, o aeroporto não dispõe de capacidade para acolher o A380. Não porque seja demasiado comprido – até porque os Boeing 777 da Emirates ou da TAAG que operam no Humberto Delgado são um metro mais longos. O problema é a dimensão do trem de aterragem da aeronave, demasiado grande para que ela possa utilizar o terminal de passageiros.
A envergadura das asas, de uns estonteantes 80 metros de uma ponta à outra, também iria dificultar a utilização das mangas do terminal.
Em 2015, aliás, o presidente da ANA, Jorge Ponce de Leão, dizia que o A380 até pode aterrar em Lisboa, mas teria de ficar estacionado na placa, com os passageiros a serem transportados de autocarro para o terminal.
No ano passado, a Hi Fly decidiu utilizar o aeroporto de Beja para estacionar dois dos seus Airbus A340. Poderá ser essa a base dos A380? "A concretizarem-se as negociações, o objectivo não será operá-los para Beja; estariam em contratos fora [do país] a fazer voos para clientes entre grandes aeroportos em que o tráfego o justifique", explica a companhia. De acordo com o site de aviação Newsavia, a companhia ainda aguarda certificações e licenças para começar a operar com estas duas aeronaves a partir de 2018.
Hifly deve aproveitar dispensas da Singapore
De acordo com a mesma fonte, as duas aeronaves deverão ser provenientes da Singapore Airlines. Uma delas poderá mesmo ser a primeira que foi entregue a esta companhia (e a terceira A380 a ser construída), que saiu da operação em Junho e regressou ao dono, a empresa de leasing alemã Dr. Peters Group.
A Hi Fly opera essencialmente no mercado dos alugueres "wet-leasing", cedendo as suas aeronaves a outras companhias aéreas, empresas ou governos com tripulação, manutenção e seguro incluídos. A companhia opera também voos "charter", de carácter não regular, através de contratos de média ou longa duração. Antes da Hi Fly, Paulo Mirpuri era presidente da Air Luxor.
Actualmente, a Hi Fly dispõe de uma frota de 14 aviões, praticamente todos de longo curso. A única excepção é o Airbus A321. Seguem-se cinco Airbus A330, três deles nas versões 200 (maior alcance, menos lugares) e outros dois na versão 300 (com mais lugares e um alcance mais reduzido). A Hi Fly opera ainda oito Airbus A340, quatro deles com matrícula de Malta, onde a empresa tem uma subsidiária.
Notícia corrigida às 17:08 de 7 de Setembro para esclarecer que a Hi Fly e a Air Luxor são duas empresas diferentes.