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Eugénia Correia: "Frederico Pinheiro estava impedido de entrar no Ministério por ordem expressa do ministro"

A chefe de gabinete de João Galamba disse que o ex-adjunto estava exonerado e impedido pelo próprio ministro de entrar no Ministério, quando foi buscar o computador de trabalho. E acusa Frederico Pinheiro de lhe ter dado "um murro" quando tentou agarrar a mochila.

António Cotrim / Lusa
17 de Maio de 2023 às 20:24
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A chefe de gabinete de João Galamba afirmou esta quarta-feira na comissão parlamentar de inquérito (CPI) à TAP que, segundo a lei dos gabinetes ministeriais, "as exonerações não dependem de prévio despacho" e que Frederico Pinheiro "estava exonerado e impedido de entrar no ministério por ordem expressa do ministro" quando lá foi buscar o computador de trabalho.

Eugénia Correia disse que Frederico Pinheiro foi "instruído por mim no sentido de não levar o computador que não lhe pertencia. Expliquei-lhe que estava exonerado, que o computador era do Estado e não o podia levar".

"Quando colocou o computador na mochila e tentou sair, eu agarrei na mochila agrediu-me a mim e a outra colega", disse a chefe de gabinete de João Galamba, que acusa o antigo adjunto de lhe ter dado um murro e de ter dado "vários murros" a outra colega do gabinete que tentou agarrar a mochila.


Sobre a tentativa de impedir a saída de Frederico Pinheiro do ministério, Eugénia Correia disse que "quando há um roubo, o que se tenta fazer é impedir que a pessoa concretize o ato".

"Tendo Frederico Pinheiro levado à força o computador que não lhe pertence, o que se tentou fazer foi impedir que o computador saísse do ministério", acrescentou.

"O que constatei foi que documentos sensíveis - como o plano de reestruturação da TAP - não constavam dos arquivos do gabinete", mas no computador de Frederico Pinheiro, disse, usando a  expressão de que se tratou de "legítima defesa".

Eugénia Correia disse ainda que João Galamba foi ficando a par do sucedido após as agressões.

Sobre a forma como Galamba comunicou a Frederico Pinheiro a sua exoneração, Eugénia Correia diz ter ouvido o ministro "a falar tranquilamente" mas que não acompanhou "a totalidade da conversa porque também ia ao telefone".     


A chefe de gabinete disse ainda que as alegadas agressões ocorreram no quarto piso do ministério, mas acrescentou que aí só há "uma câmara antiga que não funciona", só havendo videovigilância no piso zero.

"Pedi as imagens ao IMT e foi-me respondido que as imagens só podiam ser transmitidas às autoridades policiais", acrescentou.

 

Sobre o contacto com o SIS, Eugénia Correia disse ter reportado "que tinha sido levado do Ministério das Infraestruturas um computador onde estavam documentos  classificados bem como todos os documentos relevantes referentes à TAP dos últimos anos" e que "tinha sido levado por um adjunto previamente exonerado".

Em causa, disse, estava "informação relevante do ponto de vista financeiro de uma empresa estratégica para o país", uma situação que "considerei na altura um risco".

Eugénia Correia disse ainda que Frederico Pinheiro "não foi exonerado porque tinha notas", mas pelo seu comportamento.

"Não sabemos que documentação retirou Frederico Pinheiro. O que devia ter sido feito era Frederico Pinheiro pedir os documentos pessoais", frisou.

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