Notícia
CEO da Ryanair alerta para riscos do Brexit no tráfego aéreo
O presidente executivo (CEO) da Ryanair defendeu hoje que o Reino Unido deve alterar a posição de abandonar a União Europeia (UE) e alertou para a possibilidade de o tráfego aéreo ser anulado com o 'Brexit'.
"Não queremos vitimizar o Reino Unido, nem tentar prejudicar a economia britânica porque estão a tentar sair [da UE]. Devemos encorajá-los a mudar de opinião para regressar e fazer parte da UE, que é mais forte com o Reino Unido integrado", argumentou Michael O'Leary, na sua intervenção na IV Conferência Nacional do Turismo Residencial e do Golfe, no Estoril.
Depois de um referendo, o Reino Unido começou a formalizar a sua saída dos 28 e se não houver acordo os voos entre o território britânico e o comunitário "cessam", face ao abandono também do regime de céus abertos, disse o dirigente da transportadora, que assumiu esta situação "improvável", mas que deve ser acautelada.
O'Leary referiu ainda que durante o período regido pelo acordo de transição, o Reino Unido continuará a contribuir para a UE e a "obedecer às regras", mas "simplesmente deixam de ter influência à mesa".
O novo aeroporto de Lisboa, que deverá passar pela transformação da base aérea do Montijo, voltou a ser focado, com o CEO a referir a necessidade de abrir antes do previsto pelo Governo, ou seja a partir de 2021.
Apesar de esperar um crescimento de tráfego para 3,5 milhões de passageiros em Lisboa, o CEO afirmou o "travão colocado pelas falsas e artificiais restrições de capacidade nos terminais" do actual aeroporto da capital.
Assim, o "Montijo deve abrir, mas cada vez que o dizemos, há sempre desculpas: são precisos estudos ambientais. Mas penso que o aeroporto tem estado ali desde há 25 anos", referiu o CEO, garantindo que os estudos não devem atrasar o início da operação "por mais dois anos".
"Se, como a ANA reclama, a Portela está cheia, então é dever do Governo português insistir que o aeroporto do Montijo deve abrir no verão de 2019. Pode-se construir um terminal agora, por menos de 30 milhões de euros e abri-lo a tempo do verão de 2019", garantiu.