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Alfredo Casimiro vai recorrer da insolvência da Groundforce
O maior acionista da Groundforce considera "incompreensível" a declaração judicial de insolvência da empresa e avisa para o risco de liquidação, considerando a nomeação da TAP e da ANA para a comissão de credores "um mau prenúncio".
A Pasogal, detida por Alfredo Casimiro e que detém 50,1% da Groundforce, considera que a decisão do Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa que deu provimento ao pedido de insolvência da empresa de handling, apresentado pela TAP, é "absolutamente incompreensível".
Em comunicado, a Pasogal salienta em que causa está o decretar da "insolvência de uma empresa que fatura mais de 100 milhões de euros, a pedido de um devedor (TAP) do valor de 4,6 milhões de euros e que, por isso, os pagou em 28 de julho de 2021".
"Ao aceitar o pedido de um devedor e não de um credor, o tribunal abre um precedente que a Pasogal considera inaceitável e torna a própria decisão incompreensível", afirma ainda, acrescentando que "pelo facto de a empresa não ter dívidas à Autoridade Tributária, Segurança Social ou a bancos, esta decisão deve ser objeto de recurso para um tribunal superior".
Para o maior acionista da Groundforce, "o Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa decreta a insolvência desconsiderando a lei portuguesa e as diretivas comunitárias que impedem que o prestador de serviços de handling seja controlado, direta ou indiretamente, pela entidade gestora do aeródromo (ANA Aeroportos) ou pela TAP".
A Pasogal refere na mesma nota que dará toda a colaboração aos administradores judiciais nomeados pelo tribunal e que, "com sentido de responsabilidade, tudo fará para preservar a capacidade operacional da empresa e os postos de trabalho, que não são colocados em causa de imediato com a declaração de insolvência".
Frisando que a liquidação da Groundforce "é um desfecho possível", a empresa de Alfredo Casimiro sublinha que nesse caso "2.400 pessoas ficarão em situação de desemprego e a assistência em escala nos aeroportos portugueses estará comprometida".
Em seu entender, "a nomeação da TAP e da ANA para a Comissão de Credores, sendo esta última dona da Portway que é concorrente direta da Groundforce, é um mau prenúncio para a conclusão deste processo".
A Pasogal, que tem disputado um braço de ferro com Pedro Nuno Santos por causa da situação na Groundforce, diz ainda que "considera o Estado Português responsável por esta situação já que, através do ministro da Infraestruturas e Habitação, negou à Groundforce o auxílio de Estado legalmente devido, bem sabendo que a Groundforce reunia todos os requisitos que lhe permitiam beneficiar do mesmo, designadamente, apresentando todos os anos resultados positivos expressivos, ao contrário das demais empresas do Grupo TAP, que apenas sobrevivem com o dinheiro dos contribuintes".