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Vodafone diz em carta aberta que “se calhar nunca” vai conhecer motivação do ciberataque

A empresa não descarta a hipótese de nunca chegar sequer a saber as motivações do ataque de que foi alvo. A Vodafone Portugal indica que ainda existem “situações residuais” de constrangimentos entre os clientes empresariais.

18 de Fevereiro de 2022 às 13:01
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Vários dias depois do ataque informático que gerou um "apagão" nos serviços, a Vodafone Portugal publica em vários meios de comunicação uma carta aberta sobre o tema. Neste contexto, a empresa recorda que o "blackout" de que foi alvo, na noite de 7 de fevereiro, desligou "a vida de milhões de portugueses", sublinhando os constrangimentos em "escolas, hospitais e bombeiros", assim como nas empresas.

E, na mesma carta aberta, a operadora liderada por Mário Vaz admite que poderá nem sequer chegar a conhecer as motivações que levaram a este ataque à rede. "Não sabemos, e se calhar nunca vamos saber, porquê."

A Vodafone indica que "talvez tenha sido a ideia" de "destruir" aquilo que a operadora é, afetando as ligações com "colaboradores, clientes, parceiros, Estado e sociedade civil".

O ataque à Vodafone deixou os serviços da operadora indisponíveis desde a noite de 7 de fevereiro, com a operadora a confirmar no dia seguinte que tinha sido alvo de um ataque. Os trabalhos de reposição de serviço prolongaram-se ao longo dos dias seguintes, gradualmente recuperando os serviços de voz fixa e móvel, redes móveis e televisão.

No dia 11 de fevereiro, a passada sexta-feira, a Vodafone informou os clientes de que tinha estabilizado a rede.

Ainda assim, alguns clientes empresariais continuam a registar constrangimentos do serviço. Ao Negócios, fonte oficial da Vodafone Portugal indica que "à data de hoje existem situações residuais em processo final de resolução em clientes empresariais."

"São casos associados a soluções técnicas especificas, cuja estabilidade estamos a robustecer", indica a mesma fonte. "A Vodafone continua a trabalhar arduamente para garantir o completo restabelecimento da normalidade, com novas soluções encontradas diariamente e sempre em permanente contacto com os clientes empresariais, no sentido de minimizar o impacto nas suas atividades."

A Vodafone tem cerca de quatro milhões de clientes em Portugal. O ciberataque de que foi alvo afetou diversas áreas, criando constrangimentos em diversos setores, da energia à banca. A questão começou como "problema técnico" na noite de 7 de fevereiro, mas rapidamente escalou para um "ato terrorista", como classificou o CEO da operadora, que deixou marcas um pouco por toda a parte.

Mário Vaz descreveu o ataque como um "ato terrorista e criminoso", que obrigou a empresa a um trabalho "moroso" para recuperação de serviços. "Estamos a refazer tudo aquilo que foi desfeito", indicou o líder da Vodafone Portugal, na conferência de imprensa no dia a seguir ao ataque informático.

Em décadas de operação no país, a companhia indica que nunca passou por nada de uma dimensão semelhante, apesar de estar "permanentemente sujeita a tentativas de ataques". Desde o primeiro momento que a Vodafone indicou não ter encontrado indícios de que os dados dos clientes tivessem sido comprometidos.

O ataque está a ser investigado pela Polícia Judiciária e foi também notificado à Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD) e ao regulador das comunicações, a Anacom.
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